sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A DOR DE PERDER UM(A) FILHO(A).

A DOR DE PERDER UM(A) FILHO(A).

( ponto de vista ),
Nunca vivi e nem pretendo para poder comentar, assunto este que dispensa totalmente experiência própria bem como conhecimento de causa, mas, impossível não ficar comovido depois de ter visto o vídeo em que o Jô Soares homenageia o filho recém falecido.
Jô Soares fez uma homenagem linda, emocionante e especial ao seu filho também " especial " Rafael, o Rafinha como era carinhosamente chamado pelo pai, ele era autista e segundo o próprio Jô, foi uma criança por 50 anos e até o fim, com a alma pura...
Jô, emocionado na abertura de seu programa fez a homenagem ao filho Rafael, falecido aos 50 anos na semana passada. Ele declarou que sofreu a dor do pesadelo de todo pai, que é perder um filho... sim pesadelo, porque deve parecer que não é verdade e que um dia você vai acordar e ver seu filho ali, de volta juntinho de você.
Com essa homenagem Jô fez muitos pais chorarem, relembrando e revivendo como se fosse hoje aquela dor terrível que nunca vai embora.
Claro que aos nossos olhos " não é justo " que um pai ou uma mãe se vejam na condição de perder um filho, até porque acreditamos na " realidade " que aprendemos com nossos pais ( o maior medo dos meus pais em especial era justamente esse, perder um filho... ) que o certo, ou que a " lei do tempo " ou a " lei da vida " diz que o correto seria os filhos enterrarem os pais.
Foi assim que aconteceu na minha vida em particular, eu enterrei meus pais, e eu sobrevivi, já não posso garantir que eles, os meus pais, sobreviveriam caso a " ordem da vida ", subitamente fosse alterada tento eles que enterrar " um dos pedaços deles ".
Alguns pais entram em depressão, não sabem mais o que fazer dali em diante, e simplesmente deixam de viver, ou seja, começam a " morrer em vida ", não sentem mais nenhum prazer em viver, alguns pais precisam e recorrem ao apoio psicológico, ao apoio espiritual, pois o desespero da perda é tão grande que afronta as suas próprias vidas.
Mas, nenhum tratamento ( seja ele de qual ordem for ) e nunca, vai afastar a dor da perda de um filho, pode até ajudar o pai a mãe aos poucos se recuperarem ou tentarem continuar vivendo. Eu particularmente, em minha humilde ignorância, desacredito dessa hipótese.
Um sentimento não anula o outro e nossas vidas são repletas deles, de desejos, de realizações e de anseios, nesse mundo tão estranho, tão complicado e por demais complexo.
E como exemplo também citamos a mãe do Cazuza que usou de toda a sua tristeza e hoje ajuda pacientes com HIV, essa foi a maneira que ela encontrou para balsamizar-se, e também a força que a mantém viva e que faz com que ela, de certa forma reaja diante dessa terrível dor, afinal e como dizia o próprio Cazuza " O tempo não para...".
A dor que imaginamos é imensa e independentemente da doença que o(a) filho(a) tenha, ou a forma como ocorreu, os pais literalmente morrem, também morrem os corações do pai e da mãe, pois não é justo, mas, acontece...
E, nos pegamos a pensar, " porque Deus fez isso comigo? "
Claro que tentamos nos confortar com aquele pensamento " que cada um tem a sua hora e o seu dia para morrer ", e que ninguém foge á regra, logo, se " chegou a hora " é porque " Deus quis assim ". Quem sabe porque estava determinado já e desde a hora do nascimento, a hora da nossa morte, e que cada um vem " cumprir sua missão ".
Acreditamos, ou melhor, fomos obrigados a acreditar desde que nascemos que estamos neste mundo só de passagem e que nada sabemos sobre o dia de amanhã, não sabemos nem se o amanhã virá... portanto, é claro que não aceitamos, mas a dor da perda de um filho nada substitui, nada alivia e nada cura!
A mãe e o pai podem até reaprender a viver, mas nunca mais será a mesma coisa, nada mais será igual, enfim, a este ponto de vista, nada conforta.
É justo?
Porque comigo?
E é justamente diante estes questionamentos que chegamos colocar em dúvida a existência de Deus, a pensar inclusive que Deus não existe. E se existe, mesmo assim nos perguntaremos, o que fizemos nós para pagar um preço tão alto?
O desânimo, a auto estima e a própria religião acabam por parecerem duvidosos...
Por que isso Deus?
O que fiz de errado?
Nunca, jamais seremos os mesmos, seremos eternos " anestesiados " e " amortecidos ", convivendo dali em diante com aquele enorme " nó na garganta " cientificamente apelidado de depressão, que nos fará sempre questionar sobre o porque, porque comigo, porque isso, Deus?
Não deve mesmo existir um " castigo " maior que a perda de um filho, digo " castigo " pelo fato da dor ser presente até na hora da morte do pai ou da mãe.
Bah, não é justo Deus, não é justo!
É como se o coração fosse arrancado do seu corpo ainda vivo e ficasse assim sangrando, doendo, e não pudesse ser colocado de volta no lugar, tipo assim um sentimento, mas de coração frio, sem você conseguir sentir mais alegria, permanecendo apenas estático e vivendo apenas para deixar o tempo passar...!
Esperamos que isso não ocorra com ninguém, e que os filhos pelo menos CUIDEM-SE para não morrerem antes de seus pais, que não PROCUREM meios idiotas porém reais de alterar a ORDEM NATURAL da vida, afinal, não é justo acontecer isso.
Filhos, cuidem-se, evitem as drogas, evitem as más companhias, evitem acelerar demais para não se envolverem em acidentes, dobrem o cuidado na hora de atravessar a rua, ou até na hora de sair do banho quente no frio lá de fora. enfim, em nome de seus pais, lembrem sempre dos seus pais, ou pelo menos TENTEM levar a vida com um pouco mais de CAUTELA e CUIDADO...!
" Saudade a gente tem é dos pedaços de nós que ficam pelo caminho.". - Martha Medeiros.
Deixaremos aqui dois links para reflexão, o primeiro com a homenagem do Jô ao seu querido filho e o segundo com uma música do Gabriel O Pensador que tem muito a ver com o ponto de vista que acabamos de emitir:
1- Homenagem para Rafinha:
2 - PRA ONDE VAI - Gabriel O Pensador:

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