domingo, 1 de abril de 2018

DEZ ANOS SEM JOÃO PAULO II. ( 2015 ).

DEZ ANOS SEM JOÃO PAULO II. ( 2015 ).
( ponto de vista / pesquisa / homenagem ),
Para mim em especial a data 02/04 pode ser resumida em um pequena e simples frase: " de papa a santo ", mas, vamos lá...
João Paulo II nasceu em 18 de Maio de 1920 na cidadezinha polonesa de Vadovice e recebeu o nome de Karol Wojtyla. Para entender o destino desse menino é preciso antes compreender que país era aquele no qual ele veio ao mundo.
A Polônia não teve um século 19 fácil. Encurralada entre três nações francamente imperialistas – Alemanha, Rússia e Áustria – esse país imenso, agrário e pobre estava sempre sob ameaça de ser varrido do mapa. Foi o que aconteceu em 1865. O Reino da Polônia foi abolido, engolido pelos vizinhos. Até a Primeira Guerra Mundial, a Polônia simplesmente não existiu. Falar polonês era punido como crime. Demonstrar orgulho nacional era proibido.
Mas a identidade polonesa sobreviveu na clandestinidade. Uma forma de preservá-la era ler a literatura épica de autores nacionalistas. Outro ato de amor à pátria era ser católico.
Karol nasceu bem no meio de uma guerra contra os soviéticos. Desde criança, em Vadovice, Karol foi um católico fervoroso, capaz de entrar numa espécie de transe enquanto passava horas rezando. Mas, antes de ser católico, Karol era um nacionalista.
Foi uma surpresa para todos os seus amigos quando ele anunciou, em 1942, que queria virar padre. Karol mudava de carreira, mas não de objetivo. Sua intenção continuava sendo a mesma: " ganhar espíritos ", manter viva a identidade polonesa. Os invasores nazistas tinham proibido as missas e fechado todos os seminários, numa afronta à religiosidade polonesa. Portanto, estudar para ser padre era um ato subversivo.
Com o fim da guerra, os soviéticos expulsaram os nazistas, mas a vida dos padres continuou difícil. Afinal, os comunistas rejeitavam a religião. Karol manteve a mesma postura: de resistência firme e tranquila. Sua forma de combater o comunismo era ensinar os valores católicos, ajudar as pessoas a levar uma vida guiada por Cristo. Sua fé profunda, seus princípios firmes, seu carisma e seu talento diplomático que o fez ser tolerado pelo governo comunista garantiram uma subida rápida na hierarquia da Igreja.
Quando chegaram os anos 1960, na Polônia comunista, a Igreja era respeitada e admirada e atraía muita gente. Enquanto isso, no Ocidente, a Igreja ia mal. Era a década da liberação sexual e os fiéis estavam desaparecendo. Em 1962, o papa João XXIII chamou todos os bispos do mundo a Roma. Seu objetivo: Modernizar o catolicismo para atrair os cristãos de volta. Começava o Concílio Vaticano Segundo. Karol Wojtila, recém-promovido a bispo, foi um dos convidados. No concílio, ele esteve quase sempre do lado derrotado, defendendo o estilo austero e tradicionalista da igreja polonesa. Sua participação foi discreta, mas segura. E chamou a atenção de Paulo VI, sucessor de João XXIII ( que morreu em 1963 ).
O novo papa passou a ouvir Karol com atenção. O polonês teve grande influência no documento papal de 1968 que condenava os anticoncepcionais artificiais. Ele já era um cardeal respeitado por toda parte quando Paulo VI morreu, em agosto de 1978. João Paulo I, seu sucessor, durou só 33 dias no cargo e morreu também. Chegava a hora de Karol Wojtila. Com 99 dos 108 votos do cardeais, ele se elegeu e homenageou seus três antecessores ( João XXIII, Paulo VI e João Paulo I ) escolhendo o nome de João Paulo II.
João Paulo II não perdeu tempo. Eleito papa, ele rezou a missa inaugural em 22 de outubro de 1978. No dia 23, mandou uma mensagem pública aos poloneses: " quero muito estar com vocês no 900º aniversário do martírio de São Estanislau ". São Estanislau é o padroeiro da Polônia e o aniversário de 900 anos de sua morte foi em 1979.
Cada discurso de João Paulo II foi presenciado por centenas de milhares de pessoas, às vezes mais de 1 milhão de homens e mulheres em lágrimas e aos berros, exibindo a cruz e a bandeira polonesa. O papa foi recebido pelo refrão " queremos Deus ". No palanque, gritava: " vocês precisam ser fortes com a força que vem da fé " e " não é preciso ter medo, as fronteiras têm de ser abertas ". O efeito psicológico foi imenso. De repente, a opressão comunista pareceu pequena diante dele. Calcula-se que, naquela semana, um de cada três poloneses viu o papa pessoalmente.
É inegável que João Paulo II foi uma inspiração fortíssima, em 1991, ele estava furioso. " Vocês não devem confundir liberdade com imoralidade ", discursava. Ele tinha previsto o fim do comunismo, mas não imaginava que, no seu lugar, surgiriam novidades: aborto, prostituição, pornografia, consumismo.
Não foi só na sua terra natal que ele sentiu-se desprezado. Antes da Guerra do Golfo, em 1991, ele pediu ao presidente americano George Bush, o pai, que negociasse com Saddam Hussein. Foi ignorado. Meses depois se ofereceu para as negociações entre Israel e os palestinos. O governo israelense recusou. Sem o comunismo, sua importância política já não era a mesma.
João Paulo II tentou então encontrar uma outra guerra para lutar: dessa vez contra a decadência dos costumes. Isso levou-o a assumir posições impopulares. Médicos e ativistas o acusaram de ser responsável pela morte de milhões ao condenar os preservativos mesmo em países infestados pela aids. Outro golpe na popularidade papal foi o escândalo de pedofilia na igreja norte-americana, em 2002, que deu combustível às críticas ao celibato dos padres.
Num livro lançado em Fevereiro de 2005 no Brasil, o papa relativiza até um dos valores mais entranhados do nosso tempo: a democracia. Ele diz que o importante é viver com Cristo – e questiona as democracias laicas, que ele considera uma nova forma de totalitarismo.
Por mais que seja falta de educação falar da morte do papa, é óbvio que muita gente dentro da Igreja tem discutido o futuro. Afinal, depois de quase 27 anos sob o pulso firme de João Paulo II, para onde se deve seguir?
Alguns números acerca do papa:
- O artigo 1 da Lei Fundamental do Vaticano diz que João Paulo II tem a plenitude dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Isso faz dele o único monarca absolutista do mundo.
- 482, número de santos que ele canonizou, um recorde absoluto. De 1594 até 1978, houve 302 canonizações.
- 1.590 - Número de encontros que ele teve com chefes de Estado e primeiros ministros.
- 17.600.000 - Número de fiéis que foram vê-lo nas 1.760 missas que ele celebrou às Quartas-feiras na Praça São Pedro.
- 26 é o número de anos nos quais o papa esteve à frente da Igreja, o que o coloca em terceiro no ranking dos maiores pontificados, depois de Pio IX ( 1846-1878 ) e do primeiro papa, São Pedro.
- 129 são os países já visitados pelo papa. A ONU possui 191 estados-membros.
- 317, número de paróquias de Roma já visitadas pelo papa, na condição de bispo local. Há no total 333.
- 263 é o número de papas que vieram antes de João Paulo II, segundo números oficiais da Igreja.
- " 0 " ( zero ) é o salário do papa. Mas todas as suas despesas são pagas pelo Vaticano
Algumas curiosidades sobre o papa:
- João Paulo II ( 1920-2005 ) foi Papa da Igreja Católica Apostólica Romana.
- Teve papel importante para o fim do comunismo na Polônia e em vários países da Europa.
- Teve o terceiro maior pontificado, que iniciou em 16 de Outubro de 1978 e só terminou em 02 de Abril de 2005 com sua morte, permanecendo 26 anos como soberano da Cidade do Vaticano.
- De origem polonesa foi o único papa não italiano depois do holandês Adriano VI em 1522.
- Sabia falar vários idiomas.
- Visitou 129 países durante seu pontificado.
- Esteve 04 vezes no Brasil onde visitou várias cidades e reuniu multidões.
- Exerceu influencia para melhorar as relações entre a religião católica e outras religiões.
Ofício " extra papal ":
João Paulo II publicou livros de poesia e, sob o pseudônimo de Andrzej Jawien, escreveu uma peça de teatro, " A Loja do Ourives " em 1960. Os seus escritos éticos e teológicos incluem " Amor Frutuoso e Responsável " e " Sinal de Contradição ", ambos publicados em 1979.
A sua primeira Encíclica, "Redemptor Hominis " ( Redentor dos Homens ) de 1979 explica a ligação entre a redenção por Cristo e a dignidade humana. Encíclicas posteriores defendem o poder da misericórdia na vida dos homens ( 1980 ); a importância do trabalho como " forma de santificação " (1981); a posição da igreja na Europa de Leste ( 1985 ); os males do Marxismo, materialismo e ateísmo ( 1986 ); o papel da Virgem Maria como fonte da unidade Cristã ( 1987 ); os efeitos destrutivos da rivalidade das superpotências ( 1988 ); a necessidade de reconciliar o capitalismo com a justiça social ( 1991 ) e uma argumentação contra o relativismo moral ( 1993 ).
Sem sombra de dúvidas João Paulo II foi um dos papas mais querido e amado, por sua simpatia e simplicidade, e também pelo fato de revolucionar a história do mundo em diferentes aspectos, dentre eles política, sociedade e costumes morais, ele defendia o povo e acreditava piamente no perdão.
E, quando João Paulo II morreu, não poderia ter sido diferente, todo mundo se comoveu, o mundo se comoveu diante da grande perda, milhões e milhões de pessoas o tinham como exemplo de garra, mas, se abalaram, no Brasil em específico foi como a ocasião da morte de Tancredo Neves, ou de Ayrton Senna, ou ainda Mamonas Assassinas também, enfim, foram milhões de pessoas mesmo que sentiram a perda do grande padre...!
" Em cada continente, os gritos por piedade perecem aumentar a cada dia. O mundo de hoje precisa muito do perdão de Deus. Onde o ódio e a sede por vingança estiverem, que a graça e a piedade de Deus estejam também nas mentes humanas.". - JOÃO PAULO II, em apelo para acabar com as guerras e o sofrimento no mundo em 2002.
" A paz exige quatro condições essenciais: verdade, justiça, amor e liberdade.". - JOÃO PAULO II.

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