sexta-feira, 2 de agosto de 2019

UM PASSEIO ( MESMO SEM TER IDO ) POR MACHU PICCHU, A CIDADE SAGRADA DOS INCAS.


UM PASSEIO ( MESMO SEM TER IDO ) POR MACHU PICCHU, A CIDADE SAGRADA DOS INCAS.


( ponto de vista / pesquisa / assunto sugerido ),

Machu Picchu, foi descoberto oficialmente em 1911, muitos anos depois do fim da colonização espanhola e o máximo que os espanhóis chegaram perto foi caminhando ao longo do rio da região, lá embaixo, sem nem sonhar a cidade linda que havia no alto das montanhas.

Ao vermos Machu Picchu por imagens aéreas e mesmo através de fotos, notamos claramente que ainda estão ali presentes todos os contornos dos topos das casas e construções, as ruas, escadas e fontes de água, como se a cidade só precisasse que fossem colocados de novo seus tetos de palha para voltar a vida!

Há várias teses que tentam explicar a razão pela qual Machu Picchu foi construída, mas uma das mais aceitas diz que a cidade tinha uma função sagrada, pois ali ficariam cidadãos escolhidos pelo rei Inca ( aliás, Inca significa rei, e o nome do seu povo é " quechua ". Então, falar do " povo Inca " não faz sentido, já que o Inca era só o rei ) para estudar a astronomia, o calendário e onde aconteciam, também, cerimônias sagradas. Para o povo quechua, naquela época, as montanhas eram sagradas, já que eram as partes da terra mais próximas do céu, onde estava o plano superior.

Nada mais natural, portanto, construir uma cidade sagrada no topo de uma montanha, pertinho do céu.

E foi por isso que Machu Picchu foi construído nesta montanha, porque é um local especial em que as montanhas parecem formar um rosto a olhar o céu, e no céu estão as verdadeiras divindades.

Também era ali que haviam estudos sobre o calendário dos meses e anos, era também como o povo identificava cada mês e época do ano, e com isso organizada os rituais e a agricultura.
E um dos locais pelos quais os antigos moradores calculavam os meses do ano era através das cordilheiras de montanhas que viam de um dos lados de Machu Picchu.

Num desses " V " entre dois picos é a chamada Porta do Sol, e de onde vem muitas das trilhas que de vários lugares chegam a Machu Picchu hoje. Ela leva esse nome porque dali é onde entram os raios do sol na época do solstício de Verão, no dia 22 de Dezembro, uma data especial para o povo naquela época. E à medida que o ano passa, o sol vai se deslocando para a esquerda ( quer dizer, não o sol, que está paradinho… É a terra que se move, mas, bem, você entendeu o que a gente quer dizer, né? ) e a partir daí, a cada " V " nas montanhas, os antigos mestres do império Inca sabiam dizer em quais meses eles estavam, e o mesmo acontecia até chegar ao solstício de Inverno, no dia 21 de Junho, quando o sol retomava o caminho original.

Os antepassados quechuas já estavam super escolados nos terremotos comuns da região, e aprenderam como construir casas que resistissem a estes sismos, coisa que os espanhóis não tinham a menor experiência, e já chegaram na vibe " seus bárbaros, eu sou a civilização ", destruindo tudo e construindo suas próprias igrejas.

Moral da história: Em Cusco, os espanhóis construíram a Catedral de Santo Domingo em cima de um templo Inca. Rolou terremoto e toda a parte espanhola foi destruída, mas os tijolinhos incas permaneceram intactos. Sabe de nada, inocentes…

Mas enfim: Da colonização espanhola para cá, rolaram vários terremotos fortes no Peru, sendo o mais forte em 2007. E Machu Picchu resistiu lindamente a todos os terremotos na história, visto que foi descoberto muso e lindo em 1911, apesar de todos os tremores que rolaram desde então.

As bases das casas são um pouco " tortinhas ", inclinadas para o centro, Isso distribui o peso e ajuda as casas a manter-se de pé no caso de tremores.

Esse conhecimento, aliás, não era só restrito ao povo do rei Inca, todos os povos andinos já tinham experiência em desenvolver construções que resistissem aos inúmeros tremores já que eles eram frequentes na região. Foram várias técnicas que foram mudando, de século para século, e que conseguimos ver até hoje nas ruínas peruanas.

( corta pra mim... )

Bem vamos dar um pouco mais de atenção ao " nosso guia " e vamos " beber " cada palavra sua...

" Estávamos conversando com nosso guia, o Marco, um peruano que fala um português excelente e é um amor de guia, super recomendo, que nos contava a história de Machu Picchu. Daí que ele tira do seu bolso uma pedra de granito branco, dura, que segundo ele foi a pedra com a qual toda a cidade de Machu Picchu foi construída.

Aí, é aquela hora em que a gente imagina o trabalho que deve ter dado levar todas essas pedras trabalhadas para o alto da montanha como eles fizeram, qual a tecnologia da época, as dificuldades, tudo… Uma maravilha de arquitetura e mistério tão encantadora quanto as Pirâmides do Egito.

Mas o granito branco, segundo ele, tinha um função muito especial: O povo andino acreditava, e hoje isso é comprovado, que as pedras possuíam energias especiais, e a proposta de Machu Picchu ser toda construída com essa pedra tinha como objetivo concentrar essa energia para seus habitantes.

Machu Picchu: Uma cidade toda construída em granito bruto, que com o constante trabalho da chuva, do vento, da água e dos desgastes naturais, iria evoluir para uma cidade de pedra pura, branca, evoluída e energizada. Tal como sua civilização, que aprenderia, junto com a cidade e com a natureza, a evoluir e a se purificar com ela.

Confesso, é uma história linda e triste ao mesmo tempo: Triste de ver uma sabedoria e um potencial de uma civilização tão lindo terem se perdido lá na nossa história.

Machu Picchu entrou na minha lista de lugares mágicos, especiais, queridos lá do coração. E se antes eu achava que era um lugar que a gente visita, percebo que é um lugar de infinita beleza.

ultimamente todas as fotos de turistas em Machu Picchu tem uma lhama fofinha decorando a paisagem.

Elas são charmosas, engraçadas, fotogênicas, mas não estão ali desde os tempos dos antigos andinos: O primeiro casal de lhamas foi levado até Machu Picchu lá por volta dos anos 70, e desde então são 14 lhamas que vivem na região: Um macho e seu harém de fêmeas.

Um dos grandes mistérios que rondou por anos a cidade dos Incas foi a razão pela qual a cidade foi abandonada, praticamente intacta, e deixada para ser engolida pelas floresta. A razão explicada pelos pesquisadores foi a seguinte: Com a chegada dos espanhóis ao Peru e a destruição de todas as cidades do império Inca para a busca de ouro, os líderes da cidade sagrada de Machu Picchu, por ser uma cidade importante do ponto de vista sagrado e espiritual, decidiram abandonar a cidade e apagar todos os vestígios dos caminhos para chegar até ela, e assim tentar mantê-la a salvo dos espanhóis.

Sim, porque a coisa era feia, bem feia: Os relatos diziam que os espanhóis chegavam a uma cidade do império inca e primeiro matavam todas as mulheres e crianças. Em seguida, escravizavam os homens, roubavam o ouro e destruíam os templos, sem falar que a Inquisição também chegou a Cusco, como forma de domínio. A coisa foi bem sangrenta por lá.

Então, para proteger a cidade sagrada, todos os habitantes de Machu Picchu abandonaram a cidade, destruindo os caminhos que levavam até ela e cobrindo com mato, galhos e plantas qualquer indício da presença deles que pudesse chamar a atenção dos espanhóis.

Mas se Machu Picchu foi poupado da destruição espanhola, a cidade sagrada teve também sua cota de estrago no século XX devido a seus visitantes. E um deles foi o próprio Hiram Bingham, o " descobridor " de Machu Picchu ( antes deles, já haviam registros de alguns alemães que haviam encontrado a cidade perdida e levado consigo peças preciosas, até hoje nunca recuperadas ). Ao encontrar a cidade perdida, toda coberta pela mata por séculos, ele percebeu que levaria um tempo enorme para limpar a cidade, removendo todo o mato e os galhos para poder efetivamente fazer suas buscas e pesquisas.

Machu Picchu foi chamando a atenção de vários descobridores e recebendo milhares de visitas desde então, todas com pouquíssimas preocupações em preservar o patrimônio que tinha lá.

E a pior delas foi em 1976, quando o rei espanhol Juan Carlos I resolveu conhecer a cidade Inca aterrissando de helicóptero bem nessa praça principal. Esse luxo foi terrível para Machu Picchu!

Acredita-se que o peso do helicóptero deve ter afetado alguma estrutura de pedra na parte inferior da cidade, já que Machu Picchu possuía diversas fontes de água que corriam pela cidade, e que hoje se limitam a fracas canaletas de água. Tanto guias e pesquisadores perceberam essas mudanças de 1976 para cá, e acreditam que estes danos estão relacionados diretamente à fatídica visita de helicóptero.

Existe hoje uma regra que limita a visitação a Machu Picchu a 1.500 pessoas por dia, o que, cá entre nós, não é seguido. Guias locais falam de 2.000 a 3.000 pessoas andando pela cidade perdida todos os dias, todo o ano, e o número chega a 4.000 em datas especiais como no solstício de Inverno e de Verão.

Por isso que o santuário recebe um cuidado especial: Bases colocadas no chão e um recapeamento das " ruas " de Machu Picchu que ocorre de tempos em tempos, feitos, no período do fechamento do parque. Assim, o santuário fica sempre aberto para os visitantes, 365 dias por ano.

Você sabia que o imperador Inca só usava uma roupa por dia? E que, depois de usada, era queimada no fogo?
Na época, um grupo de mulheres era designado especialmente para costurar as roupas novas para cada dia do rei Inca, isso até ele morrer!

Parte disso eu entendo: Por anos, mochileiros, trekkers e aventureiros era o típico estereótipo do viajante que ia ao Peru, atraído pelas trilhas incas, pela vibe paz e amor de Machu Picchu, e se quem não tem esse perfil tem até vontade de visitar o país, a vontade passa rapidinho com medo das trilhas e da altitude. Fora, claro, a época em que só se ouvia notícias ruins daquelas bandas, especialmente quando o país sofria com o terrorismo de alguns grupos guerrilheiros, na época era o Sendero Luminoso. Normal mesmo de não ter muita gente querendo ir para lá.

Felizmente, neste quesito as coisas mudaram, e para bem melhor. E agora o Peru está sabendo, e diga-se de passagem, bem melhor do que a gente, receber o turista estrangeiro de todas as procedências, idades, bolsos e gostos. De destino mochileiro e de aventura, virou roteiro romântico, de luxo, de compras e, especialmente, de gastronomia. Delícia.

Mas são vários os motivos para eles arrasarem na mesa: O Peru tem milhares de diferentes tipos de solo, desde o desértico até a Floresta Amazônica, desde o nível do mar até os Andes ( e isso permite a eles terem uma variedade enorme de matéria prima, entre frutas, sementes, folhas e temperos ). Eles tem uma corrente do Pacífico que traz peixes quase que de bandeja. E tem, ainda, uma enorme influência japonesa no país, que resolveu se juntar com a gastronomia local na cozinha e, tcharam!, criaram o ceviche, delícia das delícias. E essa misturada de sabores típicos cria pratos diferentes, complexos e criativos , e o bom: Há preços equiparáveis de um bom restaurante aqui.

Mas para quem já é chegado numa vibe consumista, prepare-se para explorar os mercados artesanais peruanos: São lindas esculturas de cerâmica e pedra, lindos tapetes coloridos feitos à mão com lã de alpaca, almofadas com os lindos motivos peruanos, máscaras de madeira, sapatos estilosos, tecidos, quadros com temática andina ou espanhola… Sem falar nas jóias de prata, com modelos lindos e a preços bem mais amigáveis que no Brasil.

E quanto a cidade sagrada de Machu Picchu, não se engane: As fotos nunca mostram o quanto ela é impressionante. Tanto que, não raro, a gente fica ali olhando e fotografando repetidamente o mesmo ângulo, na tentativa de fazer aquela beleza toda caber na foto.".

( corta pra mim outra vez... )

Enfim, sempre foi meu maior sonho de consumo para essa vida conhecer Machu Picchu, a cidade sagrada dos Incas, do seu misticismo a toda essa energia acima retratada pelo " nosso guia ", e, a cerca de dois anos atrás recebi um convite muito especial ( meu sonho caia do céu... ) para ser acompanhante de alguém nessa " aventura ", mas, por força do cotidiano não pude me fazer presente, ou seja, não pude compartilhar do " presente " com alguém tão apaixonado(a) por Machu Picchu quanto eu.

Na bem da verdade acho até que faltou um pouquinho de empenho e porque não dizer também de coragem de minha parte, vi as fotos, ficaram lindas e segundo pude perceber o lugar é mesmo mágico, apesar de, devido ás altitudes do deserto de Cusco ( por exemplo ) ser um pouquinho complicado para mim ( que já não tenho a mesma pressão 12 x 8 de alguns anos atrás... ), segundo soube para fazer tal percurso, só mesmo mascando " folhas de coca " para dar o máximo de proveito ao passeio.

Bem, não me há de faltar novas oportunidades de eu poder realizar ainda nessa vida o meu " sonho de consumo ", e, se porventura ela existir outra vez, que também não me falte empenho e um pouco mais de coragem dessa vez...!

Separei um vídeo para darmos uma " conferida básica " na vibe de Machu Picchu, segue o link...
https://www.youtube.com/watch?v=8DbdvIZXrx4

" CURTE A VIBE POSITIVA, O RESTO DEIXA QUE SUA MENTE E TEU CORPO FAZ...". - Adriano.

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