quinta-feira, 13 de junho de 2019

A tal proibição que gera violência e financia o narcotráfico.


A tal proibição que gera violência e financia o narcotráfico.


Estive pensando seriamente sobre um assunto que incomoda muita gente e me pergunto: Por que essa alienação toda em relação a algo tão importante?
Você que é careta e tem orgulho de não usar drogas, deveria saber que você é justamente o que o sistema deseja. Antes de julgar os usuários de maconha pesquise com imparcialidade o real motivo para a proibição desta erva, por incrível que pareça ela não serve só para deixar você doidão por algumas horas, talvez você irá se surpreender.
Por favor, meu Brasil, comece a se perguntar por que injetamos 127 milhões ao ano em uma guerra burra e inútil contra o tráfico se podemos procurar alternativas mais eficientes. Tens realmente certeza que flexibilizar o uso da maconha não é um mal menor do que criminalizar?
A epidemia de “Crack” instalada atualmente no país é um reflexo de uma proibição, nesse caso da cocaína, pois se achou um derivado mais barato e ao mesmo tempo mais potente, assim como qualquer outro negócio o tráfico também trata de ganhar dinheiro e a ilegalidade da maconha deixa a qualidade da droga baixíssima, assim como o preço. A proibição nunca é o melhor caminho, basta nos lembrarmos dos anos 20 e a famosa Lei Seca nos Estados Unidos da América a qual enriqueceu e deu poder ao Al Capone durante anos, até a legalização e regulamentação do álcool.
A proibição da erva não deixa de ser uma grande hipocrisia, pois a função da mesma é supostamente impedir a circulação do produto, mas a sociedade sabe que isso é impossível, as drogas estão cada vez mais perto das crianças e escolas. Legalizar significa regulamentar, ou seja, ter controle sobre o uso. Ao contrário do que disse o idolatrado Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite, não são os usuários que financiam o tráfico, mas sim a proibição da droga. Para o usuário seria muito melhor poder plantar ou comprar a maconha em uma lojinha pagando imposto, do que subir morro a pé, ficar vulnerável a outros tipos de drogas e ter contato com o narcotráfico. Mas obviamente você não quer sair de frente da sua televisão e buscar um pouco mais de conhecimento sobre o assunto, pois está mais preocupado em ser mais um “filho do sistema” que trabalha, compra as melhores mercadorias e bebe álcool para esquecer que tudo está errado no Brasil.
Com a regulamentação o estado tem controle sobre a droga, atualmente existem cigarros e bebidas mais fracas justamente por que a sociedade está mais preocupada com a saúde. A folha de São Paulo publicou em 2010 um estudo onde se dizia que os números de consumo de tabaco caíram 45% em 10 anos, ou seja, aumentando o preço diminui o consumo, isso é uma questão de saúde pública.
A tese de que a legalização da maconha é uma questão de saúde está correta, porém o problema maior é a violência, já estamos cansados de ouvir que para legalizar é preciso primeiro investir na saúde, pois bem, se falamos de saúde devemos imaginar que as dezenas de mortes nas favelas do Rio de Janeiro todas as semanas é uma questão gravíssima (os profissionais de saúde sabem o valor de uma vida), enquanto uma overdose de maconha não está cadastrada em nenhum registro histórico da humanidade. É claro que o setor de saúde deve melhorar, porém esse não vem a ser um argumento com tanto fundamento assim. Para reforçar essa idéia podemos dizer que a própria saúde pública é afetada pela proibição. Sem a regulamentação não temos o controle das substâncias e misturas encontradas nas drogas, a má qualidade da erva vendida nas favelas com certeza leva mais pessoas aos hospitais do que uma erva de qualidade. Sabemos que existe uma minoria usuária de maconha que pode precisar de ajuda médica, é claro, mas é exatamente isso que deveria acontecer, tratar doentes como doentes e não como criminosos.
Atualmente quem controla o tráfico evidentemente não está preocupado com a saúde do usuário, se no mercado legal de qualquer outro produto, eventualmente os consumidores tem essa preocupação imagine no narcotráfico. Para eles não importa a idade do usuário ou a qualidade do produto, ao contrário, é melhor baixar a qualidade para ter uma renda maior. Qualquer profissional da saúde deveria estar preocupado com isso.
Com o controle da droga podemos flexibilizar os princípios ativos da erva para usar medicinalmente, assim estaríamos regressando a um avanço, tendo em vista que a “cannabis” foi usada como medicamento durante mais 5 mil anos e foi proibida por Lei a pouco mais de 40 por motivos que não tem nada a ver com a medicina e sim com eventos geopolíticos, mas não vamos entrar nesses detalhes. No ponto de vista histórico medicinal não é exagero dizer que a maconha utilizada em procedimento médico é o método mais antigo e melhor documentado da humanidade, no século XVIII os europeus ressuscitaram a idéia quando um médico irlandês chamado William B. O’Shaughnessy sistematizou testes e descobriu que a cannabis minimizava os espasmos e as convulsões de doentes com tétano, cólera e epilepsia baseado na medicina da Índia. Logo após, a maconha foi protagonista no mercado farmacêutico desde o final do século XIX até o meio do século XX, quando foi proibida. Não existem registros que incriminem a maconha, bem pelo contrário, com a medicina de hoje podemos gerar plantas padronizadas para usar como: sedativo, analgésico, antipsicótico, estimulador de apetite, antiemético, anticancerígeno, antiespasmódico, antiinflamatório, bronco dilatador entre outros.
Para finalizar o assunto saúde podemos citar o caso da esquizofrenia, onde a erva pode ser a chave para avançarmos na área, de modo que podemos elevar o nível de cannabidiol (principio ativo da maconha - antipsicótico) para tratar os portadores.
Outro argumento constante contra a legalização é o tal do “mercado paralelo”, os proibicionistas adoram dizer que a legalização não vai acabar com o tráfico ilegal de maconha, por que é quase impossível competir com o preço dos traficantes. O mais engraçado é que eles usam a Holanda como exemplo sem saber realmente o que se passa no país europeu. Temos que tomar cuidado quando citamos esse país e esclarecer que o mercado paralelo que existe lá tem um motivo muito obvio, o que acontece na Holanda é uma mera tolerância em relação à maconha, isso por que o país não quis romper com as convenções internacionais e por isso os “coffee shop’s” são abastecidos pela ilegalidade.
Mesmo com essa tolerância a maconha e haxixe a Holanda tem índices de uso infinitamente menores que os EUA, que investem pesado contra a “cannabis”.
Oras, vamos, ninguém defende a legalização para ter a liberdade de fumar “unzinho” sem ser incomodado, mas com o objetivo de eliminar os danos causados pela proibição. Ou seja, a legalização pretende diminuir uma parcela da violência, diminuir a corrupção e as atividades ilícitas. Obviamente os problemas relacionados a drogas irão continuar, mas isso é outra história, o que queremos agora é tirar o dinheiro do crime organizado, assim como os EUA fizeram com o Al Capone. Se a pessoa quiser plantar em casa é um problema dela e se algo acontecer ela que procure um médico, já que teremos dinheiro pra investir na saúde com o fim da guerra.
Uma preocupação recorrente dos defensores da proibição é o sofrimento das famílias e dos adolescentes que são obrigados a procurar ajuda psiquiátrica por causa das drogas. Estes mesmos “defensores da vida e do bem estar” deveriam lembrar que os meninos/soldados com uma arma na mão em cima da laje, são os mesmos que morrem diariamente no narcotráfico, será que eles não têm familiares que sofrem ao enterrar seus filhos?
Para finalizar devemos rebater o velho argumento de que maconha é porta de entrada para outras drogas. Ah adoramos ouvir isso! Hahahah
Isso é uma “falácia das brabas”, primeiro por que as primeiras drogas que qualquer ser humano usa atualmente são o álcool e o tabaco.
Portugal por exemplo, tem uma política que as drogas podem ser usadas, porém em pequenas doses, o país teve um aumento 40 a 60% na procura de tratamento de maconha (mas não houve aumento no consumo), enquanto para heroína houve uma queda pela metade. Isso nos sugere que a maconha possa ser uma porta de saída e não de entrega para outras drogas mais pesadas, não é?
Para quebrar o gelo de um assunto como esse podemos citar três “antigos” usuários de maconha: Bill Clinton, George Bush e Barak Obama são curiosamente os antigos e atual presidentes dos EUA, respectivamente e assumiram publicamente ter usado “cannabis” durante a vida. Se eles tivessem sido presos com certeza não chegariam à presidência meus amigos caretas!

““. alguém consegue superar uma dependência, mas ninguém supera uma condenação criminal...”

Paulo André Pinheiro Andrade - 11/04/2012 ( extraído de #Smoke Buddies - Notícias/Mídia - Facebook. ).

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