sexta-feira, 26 de maio de 2017

O MEU VIZINHO E O GATO.

O MEU VIZINHO E O GATO.

( P.V / R / 312-2016 ),
Vou tentar contar pra vocês a história do meu vizinho ( chileno ) e do seu gato de estimação, segue no a foto do nosso herói...
Eu tinha um vizinho, que morava ao lado da minha casa ( óbvio? Há controvérsias... ) em um " porão ", e que, pelo fato de enchentes frequentes terem atingido o " porão " que ele morava e por diversas vezes até dois anos atrás antes da dragagem, ele foi obrigado a se mudar, e o problema maior foi que, para onde ele estaria indo dentro em breve, em sua nova moradia da qual ele dependia, ele não poderia levar o seu gato, então, veio a " separação "...
Mas, diferente do que muita gente neste momento deve estar pensando, " Meu deus, o chileno abandonou o gato e foi embora... " como é de praxe por parte de uma grande maioria de pessoas aqui no Brasil, ou até em Caçador mesmo, não foi bem isso que aconteceu.
Então... pra ver que o julgamento das pessoas às vezes vem antes até de saber a continuação da história...
Adiante... para vocês verem como a cumplicidade do casal chileno com o gato é bem maior, e acima de quaisquer julgamentos, foi que o casal chileno apesar de não poder levar o seu animalzinho de estimação para seu novo lar, todos os dias ( ou todas as noites... ) com chuva ou não, com frio ou não, com raios ou trovões, ambos pegam seu carro e vêm de lá de onde eles moram ( longe ) para " tratar " o gatinho, e mais, para dar carinho ao bichano, e o gatinho por sua vez, já sabe exatamente até o horário que eles vem, e já espera ali sentadinho pelo " ronco da Brasilia ", e isso todos os dias ( ou todas as noites aproximadamente às 19:00 ) a chegada do exemplar casal.
E por mais incrível que pareça, o gato, apesar de bastante dócil, não deixa que ninguém se aproxime dele, nem para tratá-lo, absolutamente ninguém além dos donos dele, dos seus melhores amigos, de quem ele cofia e de fato. Você pode até tentar chamá-lo, por uma hora a fio se quiser ( eu já tentei... ), mas ele não vem, não come comida se a gente dá, ele só se alimenta mesmo é quando seus donos chegam.
E aí, bah, chega a ser emocionante e engraçado ver, o gato vira uma verdadeira " cadela " em meio às conversas com seus donos ( sim, eles conversam... ), e ali mesmo, dentro ou ao redor da Brasilia ele se alimenta, ganha carinho tando do vizinho quanto da vizinha, enfim, matam a saudade, e só assim que cada um segue novamente o seu destino.
Ainda não descobri onde é o " paradeiro " do gatinho aqui na vizinhança, e olha que já fazem quase dois anos que a linda, louvável e exemplar cena se repete, sem falhar um dia sequer.
Isso nada mais é que um exemplo, um " big " de um exemplo e pra muita gente que além de abandonarem seus animaizinhos de estimação, até os próprios filhos abandonam...
Não sei se é a cultura chilena que é diferente, e que eles são ensinados ou aprendem desde cedo a não abandonar os animais, ou se a reciprocidade se deve mesmo ao amor de verdade.
É sabido no entanto, que eles, os chilenos, são ensinados com base no carinho e no cuidado, enquanto que, alguns brasileiros ( aqui em Caçador tem muito desses brasileiros... ) levam os animais paro o meio do mato, para estradas de interior ou ainda nas saídas da cidade ( como vemos na mídia constantemente... ) e soltam os bichos entregues à sorte ( ou ao azar... ), isso quando não matam sem um pingo de dó nem piedade, ou ainda, mesmo vivos, embrulham-os em sacolas plásticas e " tchibum ", dentro do rio... ( tô de olho em quem faz isso... ), e lamentavelmente isso não acontece só com os gatos não, e nem só com os gatos deles, alguns levam até os gatos da vizinhança ( aqui na minha casa por exemplo já chegou a ter 24 gatos tratados por nós e todos eles desapareceram, já contei isso em ocasião anterior... ), simplesmente e misteriosamente ( ainda... ) desaparecem sem nem uma explicação, até então...
A relação desse casal chileno é louvável e hora ou outra eu tinha que tentar narrar isso, mais precisamente a cumplicidade que eles têm com o gato, esta que muitos não têm nem com o próprio pai idoso, com a mãe, com os filhos ou com qualquer outro familiar, e é aí que os " jogam " em um asilo, sempre por " falta de tempo ", é claro... essa geralmente é a justificativa deles, dos " frios ", enquanto pensam só no umbigo deles, e abandonam quem os cuidou, que os deu carinho, os deu amor e muitas vezes até, os deu a vida.
Ah, voltando ao gato, de propriedade do meu vizinho, ele além de tudo é inteligente, ele ouve o barulho da Brasilia e corre lá sentar e fica esperando ( abanando o rabinho... ) por um carinho e para se alimentar, porque ele parece entender ou saber que, mesmo que esteja frio, ou que chova canivetes abertos, é sagrado, os donos virão e quase sempre no mesmo horário, ou seja, é como se ele, o gato, fosse mesmo um integrante da família que eles têm o dever de cuidar ( extra obrigações e isso nota-se pelos seus semblantes nos encontros... ).
Eu particularmente acho isso um exemplo muito bonito, a ser seguido inclusive, até por saber que aqui no Brasil alguns já são ensinados desde cedo a bater e a maltratar os gatos ( ou outros bichos... ), sim, aqui é comum sabermos de gente que sequer dão comida ou trocam a água para o animalzinho, ao contrário, dão graças a Deus se eles vão comer em outro local, se vão embora ou se morrem,outros ainda, já não estão nem aí se o gato comeu, de certo pensam assim: " ah, eu comi, o gato que espere por que eu vou comer primeiro...".
Por isso, a dedicação que este casal tem para com o gato é simplesmente impressionante, pois fazem eles o " sacrifício " ( diário ) de não deixar faltar nada para o bichinho, da água ao carinho, da comida ao diálogo... ), ou seja, se preocupam com o bem estar dele, e é esta cultura que deveria ser ensinada aqui no Brasil, até para que muitos comecem a praticar em casa e com a própria família o que os meus vizinhos fazem com o gato. E claro, que isso se espalhe também para com os animais que eles " pegam pra cuidar ".
Então, fica aqui um exemplo para que muitos possam refletir e até seguirem, e ainda, um pedido, se vocês não puderem cuidar de um bichinho, não peguem os animais, e mais, não maltratem os animais que não são de vocês, e ainda, se puderem, cuidem com carinho, por que o bem que você pratica volta para você, seja com animais ou até mesmo com pessoas, se não puder fazer o bem, então não faça nada...
Aprendamos, e ensinemos os nosso filhos a cuidar, a dar carinho e serem responsáveis, só assim a nossa cultura mudará, só com exemplos assim, como esse dos meus vizinhos, que poderemos viver em um mundo mais digno, afinal, aqui neste mundo, só o amor, a dedicação e a cumplicidade valem a pena, o resto, é resto, nada nos acrescenta e por isso não devemos praticar...!.
Observação: Continuo procurando meus gatos, e quando eu descobrir quem " deu um fim " neles, volto mais uma vez a esta tribuna...!
Dedico este texto com carinho ao meus ex-vizinhos, dois dos poucos exemplares que ainda existem.
" CHEGARÁ O DIA EM QUE TODO HOMEM CONHECERÁ O ÍNTIMO DOS ANIMAIS . NESSE DIA, UM CRIME CONTRA UM ANIMAL SERÁ CONSIDERADO UM CRIME CONTRA A PRÓPRIA HUMANIDADE ". - Leonardo da Vinci.

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