domingo, 16 de dezembro de 2018

" OS BONS MORREM JOVENS " ( R. Russo ).

" OS BONS MORREM JOVENS " ( R. Russo ).


( homenagem ),

Vou tentar, transformar revolta em palavras...

Só não nascemos juntos mesmo, mas posso dizer que nos criamos juntos, brincamos juntos, aprontamos juntos ( foi o que mais fizemos... ), estudamos juntos, nos acidentamos juntos e crescemos juntos, geralmente e lá nas antigas, disputávamos quase sempre ( eu disse quase sempre... ) a mesma gatinha, tanto é que ele namorava a garota que eu era à fim, e eu namorava a garota pela qual ele era apaixonado. 

Colégio Salgado Filho, colégio abençoado onde fiz grandes amigos ( os melhores perdi justamente em acidentes de carro, o Toninho ( Sgarbi ) é um exemplo disso... ), mas, que nunca mais foi o mesmo depois da nossa passagem por lá, verdade seja dita, éramos terríveis!

Era lá na chácara da Linha Cará que passávamos compridas tardes depois da aula ou em períodos de férias, capinando a roça, ele trabalhava muito mais que eu, que na verdade só observava, mas mesmo assim, e com ele, aprendi a capinar e consequentemente, o valor do trabalho. Sim, ambos trabalhamos desde bem novinhos.

Enquanto capinava ouvia dele o que seus pais diziam: " que devíamos respeitar as filhas dos outros assim como gostaríamos que os outros respeitassem nossa irmã... ", com certeza ele respeitou muito mais do que eu, eu não tinha irmã...

Trocávamos de carro todas as noites no final da aula ( Paulo Schiefller ) para irmos buscar as namoradas ( sem demagogia né amigo, mas sempre tivemos as mais belas e mais requisitadas delas, dominávamos... ), ele achava que o meu Corsa impressionava mais do que a Kombi dele, já eu, curtia a Kombi dele, novinha em folha e com todo aquele espaço.

Quantos acampamentos no parque, quantas bagunças pela noite, quantos " pegas " de moto, quantos acidentes de moto também, quantos momentos, quantos amigos e quantas histórias em comum ( daria um livro ).

De garotos do bem à " garotos do mal ", em curto prazo de tempo, mas, o vice versa também aconteceu ( e graças a Deus... ) veio rápido. Crescemos, rápido demais eu diria.

O tempo, a responsabilidade e a correria do dia a dia chegaram também para esses garotos ( anjos pra uns, demônios pra outros... ) e com ele trouxe à distância, colocando um lá, e um cá, mas, o que realmente importava mesmo é que todos os sentimentos, bem como, cada história vivida juntos, eram sempre lembradas ( com muita risada... ) em nossos escassos encontros ao acaso, geralmente em frente às lotéricas da cidade e num " jogo rápido ".

É, se a história fosse transcrita na íntegra e em forma de um livro, dado à sua precoce partida, hoje, ela terminaria aqui meu amigo, ao lado da minha casa, na ponte de madeira, e veja só, de carona... 

Enfim, Registre-se a data, arquive-se este dia cinza, e memorize-se cada momento desses largos 15 anos vividos juntos para que se tornem inesquecíveis e imortais, assim como deve ser cada AMIGO que passa pela nossa vida, e que deixa um pouco dele com a gente, e que leva um pouco da gente com ele...

Que o mesmo Deus que hoje te recebe, possa confortar com brevidade o coração de cada um dos seus familiares e amigos.

DESCANSA EM PAZ, Kismar Brustolin.

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