sexta-feira, 21 de abril de 2017

RECORDAR É VIVER DUAS VEZES.

RECORDAR É VIVER DUAS VEZES.

( ponto de vista ),
É, deve ser verdade mesmo que recordar é viver duas vezes, assistindo agora a série especial do Jornal Nacional alusiva aos 50 anos do jornalismo da Rede Globo cheguei a esta conclusão.
Acordei da minha " cesta " quando já estava terminando a reportagem sobre o maior brasileiro de todos os tempos, não, o brasileiro mais querido de todos os tempos, Ayrton Senna, afinal o maior brasileiro de todos os tempos foi mesmo e só ele e nunca ninguém mais, Chico Xavier, foi inclusive reconhecido como tal em um disputa entre 100 personalidades daquelas " que já não se fazem mais ", pelo menos não por aqui.
O que me chamou a atenção durante a reportagem do Senna é que desta vez eu me comportei como um " hominho ", não me emocionei, não chorei como acontece toda vez que assisto ou relembro algo sobre ele, até mesmo em imagens paradas de revistas, livros ou na própria internet, até eu me surpreendi de ter revivido mais uma vez o acidente na " maledeta " Tamburello, bem como o olhar triste de quem já sabia que ia morrer naquela corrida, a cabeça se mexendo ainda depois da batida e o enterro com honras de chefe de estado ( merecido ) e etc. E eu aguentei firme.
Mas, como ninguém é de ferro, nem este argentino que vos escreve neste momento, fui obrigado a me emocionar, tudo embargou e as lágrimas molharam o meu travesseiro no exato momento em que passava a segunda reportagem, esta sobre a seleção Tetra campeã do mundo de futebol em 1994.
Caracas, eu me senti lá, com o coração batendo dentro da boca em meio a um punhado de velas acesas, abraçando todo mundo que estava perto de mim na ocasião em que o " benedeto " Roberto Baggio " chutava para fora, onde lágrimas se misturavam com suor, gritos e palpitações, me vi correndo para o meu Chevette já " embandeirado " com as cores do meu Brasil e até me vi entrando nele pelo vidro da janela aberta, por não ter tempo de abrir a porta, sim, a passeata me esperava, isso mesmo, passeata, carreata foi um termo que inventaram depois que esse país já não valia mais muita coisa para este ignorante ponto de vista.
Foi espontâneo, eu que não gosto mais do Galvão " boca de égua ", não gosto não, odeio, fui as lágrimas hoje ouvindo ele gritar mais uma vez: " É tetra, é tetra, é tetra, é tetra...", enquanto aparecia para o mundo no telão, não, não me emocionei e tampouco chorei hoje por vê-lo, em absoluto, me emocionei relembrando os momentos que vivi junto com a minha família, com meus amigos e com a minha ( até então ) melhor seleção do mundo. Que saudade gostosa me deu.
Saudade daquele tempo em que um título valia muito mais que o ouro propriamente dito e que aqui, trocando em miúdos é dinheiro, quando um avião carregado de presentes para todos os familiares ( e namoradas, ou " marias chuteiras " ) dos jogadores eram muito mais importantes e menos vergonhoso do que " negociarem " o resultado, venderem o título.
Pois é, e assim foi até no Penta, tão emocionante tanto quanto o Tetra, mas a nível de Brasil, dali em diante não poderia ser diferente, tudo virou um jogo de interesses de uma dúzia e pouco, tanto no futebol, quanto na política e se duvidar até dentro dos templos. País miserável você se tornou...
Bem, foi bom enquanto durou e valeu a pena recordar hoje através do Jornal Nacional mais uma vez esses momentos únicos e que nunca mais, nunca mais mesmo irão voltar, e ciente disso me resta ostentar agora e com muito orgulho a minha camisa 10 da seleção Argentina ( que herdei do meu pai ), vice campeã do mundo de futebol na última copa diga-se de passagem, ocasião em que os " mercenários vendidos e sem escrúpulos nenhum " que te representam tomaram um " chocolate " de 7 x 0 contra o " Bayern de Munique ", este que por opção e até respeito não " fincou " 14 segundo eles próprios.
Você melhor que ninguém deve lembrar bem disso, claro que não com toda a saudade e emoção com que me lembrei e revivi hoje a minha seleção Tetra campeã do mundo de 1994...
E para concluir, por mais que falemos mal dela ( e a maioria fala ) da Rede Globo, ela tem sim seus méritos, e o maior deles ( já que no quesito novelas afundou... ) é exatamente o jornalismo, que queira você ou não, concorde você ou não, ainda é o melhor jornalismo do país, aquele que mesmo um pouco parcial, está com nós em todos os momentos, tanto nos felizes ( poucos ) quanto nos tristes ( um monte ) e o que é melhor, e quem sabe onde eles fazem realmente toda a diferença, ao vivo, em tempo real.
Enfim, que saudade me deu hoje, de quando eu tinha orgulho ( e não vergonha ) de ser brasileiro...!
Ah, e agora essa emoção toda já passou, vou cantar, mas no meu ritmo:
" EU, SOU ARGENTINO, COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR...".

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