quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

ENQUANTO ISSO NA NOVELA PANTANAL...!


ENQUANTO ISSO NA NOVELA PANTANAL...!


- Mas, e politicamente, como senhor se define?

- Bom, esse papo já está começando ficar complicado demais pro meu gosto.

- Eu só estou tentando fazer o seu perfil.

- Me troca isso em miúdos...

- Como o senhor é, o que o senhor pensa...

- Politicamente falando?

- Sim.

- Bom, deixe eu ver, olha eu sempre tive uma ideia errada sobre política sabe,

- Porquê?

- Eu achava que politica era só bandalheira, que politica não era coisa séria, esse era o meu pensamento,

- E não é mais?

- Não, não é mais. Hoje eu sei que politica é uma coisa séria, que a politica faz parte da vida da gente, do dia a dia, o que não é sério, são os políticos. Os políticos que não são sérios. E o que é preciso para se eleger político? Tem que ter Três condições: A primeira é ter muito dinheiro, ou atrás dele ter alguém de muito dinheiro para pagar os custos de uma eleição. A segunda condição é ter saúde, é muita saúde para aguentar a via sacra de uma campanha, para deixar de tomar whysky escocês nas suas rodas, como ele está acostumado para de repente ir para um botequim tomar cachaça vagabunda com aqueles pobres que vão votar nele. Olha, eu conheci um, que ele estava acostumado a enfiar o dedo na " guéla " e botar tudo pra fora na primeira latrina que ele encontrava depois de ter comido daquela comida dos pobres, depois de ter elogiado as mão de fadas da cozinheira,

- Eu sei como é que é.

- E a terceira, essa é a mais importante, é o sujeito não ter escrúpulos, não ter escrúpulos nenhum mesmo, para poder fazer os seus conchavos, sua barganhas, seus acertos, entendeu? E engolir sapo, engolir muito sapo, bom, claro, tem exceção. Exceção tem, graças a Deus. Agora, dá para contar nos dedos de uma mão,

- O senhor é um cara desencantado com a política, mas e a democracia? O que o senhor acha da democracia?

- A democracia, a democracia é um regime de uma minoria de espertos que conduz uma maioria de ingênuos, e os ingênuos ainda batem palmas.

- O senhor não é comunista né?

- Não, não, porque comunista também, é a mesma coisa,

- Nunca pensei ouvir isso do senhor, seu Zé Leôncio, mas e o povo? O que o senhor acha do povo? Porque pensando bem quem elege seus governantes é ele mesmo...

- O povo vai continuar errando até aprender. Olha, eu tinha um administrador antigamente, que gostava muito de ler e gostava muito de verso e ele dizia um verso de um poeta que dizia: " O Povo é rei, mas rei quenem Jesus, para beber o Féu e morrer na cruz.".

- Guerra Junqueira!

- Isso, isso mesmo.

- Na cruz do comunismo, na cruz da democracia.

- É, e não tem escapatória, é como se diz né: O mundo é dos espertos...

- E se o senhor fosse candidato, o que o senhor falaria para o povo na televisão Seu Zé Leôncio?

- Eu ia ficar lá, quieto, quenem um retrato, só olhando.

- Quieto?

- Sim, quieto, quenem um retrato, só olhando, para dar uma chance para o povo pensar durante esse tempo, já que está lá obrigatoriamente. PENSE!

( Parte de diálogo extraído da novela Pantanal entre Érika/Jornalista e José Leôncio/Fazendeiro do Pantanal ).

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