domingo, 25 de fevereiro de 2018

SIM, EU ABRIA A PORTA DA SALA DE AUDIÊNCIAS DO MEU PAI...!


SIM, EU ABRIA A PORTA DA SALA DE AUDIÊNCIAS DO MEU PAI...!


( P.V / A.S / 111-2016 ),

Lendo uma reportagem, onde um advogado, antes do divórcio fazia quatro perguntas para todos que o procuravam com tal intenção, lembrei do meu velho e sábio pai...

As perguntas eram:

- Eu fiz tudo o que pude pra salvar meu casamento?
- O divórcio é a melhor opção hoje?
- Quem são minhas maiores influências?
- Quantos momentos vocês superaram juntos e como vocês se conheceram?

E o casal tinha que responder estas 4 perguntas juntos, e o advogado muitas vezes conseguia através desse simples questionário a reconciliação do casal.

Mas, onde quero chegar? Então, lembrei dele, do meu velho e sábio pai que além de advogado, parecia tipo assim, meio psicólogo, e tentava de todas as formas e maneiras, fazer com que o casal conversasse muito antes de separar ou depois da visita ao escritório, para que tentassem se entender e mantivessem intacta aquela sagrada instituição do matrimônio.

Ele por sua vez se denominava ( e era... ) um defensor das mulheres, e sempre, tivessem elas a razão ou não, ali estava ele defendendo-as, ele dava a razão a elas por entendê-las muito frágeis, por elas amarem de corpo, alma e coração, por se entregarem com sentimentos de verdade, diferente de certos homens, que brincam com a fragilidade delas, que saem por aí contando para todo mundo o que acontece ( e não ) entre quatro paredes, que preferem o futebol ou o bar com os amigos à elas, ou ainda, saem por aí se gabando, para a amante inclusive de terem uma pessoa que faz tudo por eles em casa, e lá fora, lá rasgam dinheiro e se desdobram em atenção...

Ele sempre soube que os homens ( lembrem-se da regrinha... ) são abusados, tiram a camisa para o amigo do bar e em casa maltratam a mulher e os filhos, principalmente quando bebem, sim, geralmente são eles ( ou nós... ) os errados, e ainda querem ter razão.

É, meu pai tinha razão, uma mulher não é brinquedo, e nem uma " palhaça ", que depois de muitos momentos e tempo vividos juntos, lembranças, sorrisos e coisas ruins também, certos homens ainda têm a coragem de chamá-las de " putas ", ou de " filhas de uma puta ", ou ainda, terminar ou permitir terminar um relacionamento assim em um " minuto de bobeira ", achando que vão encontrar alguém que tenha o mesmo amor, o mesmo carinho e a mesma calma, pessoas daquelas que tudo tentam fazer, mas parece que nada é reconhecido, em resumo, eles estão sempre descontentes com o que tem em casa, ou á procura de quem procura apenas seu status, seu saldo bancário e demais bens materiais, tipo assim, uma " estabilidade financeira " mesmo que forçada. Frise-se, é o que mais tem por aí...!

Mas, a sabedoria de meu pai era tanta que, além de ele ser bom de coração, ele já sabia que logo ali na frente um sentiria a falta do outro, e os filhos ( inocentes ), sentiriam a falta dos dois juntos.

Quem sabe a falta de uma palavra, a falta de atenção, a falta de diálogo, ou a falta de uma " segunda lua de mel " era o real problema, e um cuidado maior sobre isso tudo pudesse reatar aquele relacionamento ( quase ) falido, coisas assim, que destroem o matrimônio aos poucos, mas, não com meu pai no comando e em sua infinita sabedoria, ele fazia com que eles conversassem, e a maioria, sim, muito mais de 70% dos casos que o procuravam, saiam dali e voltavam uma semana depois para alegres contarem que queriam, que ambos queriam ser um casal novamente. E estão juntos até hoje...

E isso te faz refletir, e me faz refletir também, se você tem alguém que te ama, ou se você ama alguém, não deixe essa pessoa ir, pois o amor de verdade supera as magoas, as brigas, mas o casal, ah, este deve permanecer sempre juntos.

Sempre haverão " altos e baixos " em um relacionamento, mas cabe a nós analisar e colocar na balança o que vale a pena realmente, bem como o que não vale mais a pena insistir mesmo e de fato, e isso não cabe ao advogado, ou ao psicólogo, e nem ao bispo, cabe somente aos dois, sentarem e conversarem a respeito, assim, como aconselhava o meu velho e sábio pai, ou o nobre causídico do questionário acima.

Meu pai sempre dizia:

" Aqui eu faço o trabalho do advogado, mas jamais o farei sem antes fazer o trabalho do psicólogo... ", e ainda, se ele sentia que " não ia dar conta ", ele encaminhava o casal a um psicólogo de fato, e o resultado, bah, era sempre positivo, tanto para ele quanto para o casal e os filhos.

Para meu velho e sábio pai, a mulher era sagrada, e " ai " de quem ousasse cometer qualquer tipo de injustiças contra elas, ele " tomava as dores ", e de tanto conviver com isso ( estou lá desde os 10 anos de idade... ) sempre dei toda razão a ele, pois ele tinha a razão, era tipo assim, um " detentor da razão absoluta ", parecia ter uma " bola de cristal " e não errava uma, além de que convenhamos, a mulher ( e todas elas... ) merece ser tratada com educação, ou no mínimo respeito, merece ser ouvida, amada, e jamais " esculachada " ou desrespeitada, bater nelas então jamais, " bate aqui, bate em mim.. ", diria ele.

Meu pai mais uma vez tinha razão, respeito mútuo, carinho e compreensão são ingredientes importantes e insubstituíveis para se manter um relacionamento.

Ninguém é dono da verdade, ninguém ( homem então, nenhum deles... exceto meu pai, é claro... ), todos cometemos erros, e não precisamos de alguém que morra de amores por nós, apenas de duas pessoas, que se compreendam, que se perdoem, e que aproveitem os momentos felizes, afinal, de tristezas o mundo já está cheio por aí.

Mas, como em toda profissão, no Direito também não é diferente, tem advogados e " advogados ", e é comum hoje em dia nos depararmos com alguns que pensem tão somente no dinheiro e não no bem estar do ser humano, e por isso o texto do nobre advogado das questões me chamou a atenção, e me fez lembrar meu velho e sábio pai ( o percussor disso tudo pra mim... ), pois hoje é simples, é simples até demais, o diálogo entre profissional e cliente geralmente ( lembrem-se da regrinha outra vez... ) se resume nisso aqui ó:

" Ah querem separar, tragam os documentos e o dinheiro que já daremos início ao processo... ".

E lá no fundo, só pensam esses infelizes: " Eu tô ganhando, eles que se danem...".

Enfim, recordei, revivi, me emocionei escrevendo este texto, e me peguei " sem palavras " para agradecer, em nome de toda uma sociedade a atitude do meu velho e sábio pai e deste advogado aí de cima, que fazem além do papel de advogado, o papel do psicólogo, do amigo, do conselheiro, que tratam as pessoas como seres humanos que são e que percebem que o valor da vida e do amor, e que estes, não estão na porcaria do dinheiro, e sim na valorização das pessoas e no carinho dispensado através do ofício inclusive...

Eu os parabenizo, em nome de muitos( as ) tenho certeza, aos dois ( um já foi, e outro nasceu... ) pela dedicação á profissão, por serem pessoas que fazem a diferença num mundo onde muitos só pensam mesmo em si próprios, no próximo carro, no próximo apartamento ou na próxima chácara, ou ainda em status, poder e dinheiro, dinheiro e mais dinheiro.

Infelizes, tal qual meu velho e sábio pai não levarão nada daqui, e ainda perdem de deixarem o exemplo escrito na história, só esse já nos saciaria, e nos serviria de motivo de muito orgulho...!

" NÃO HÁ DESTINO ESCRITO NAS ESTRELAS QUE NÃO TROPECE NAS PEGADAS DE NOSSAS ESCOLHAS.".

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