domingo, 30 de setembro de 2018

FABRÍCIO CARPINEJAR.

FABRÍCIO CARPINEJAR.

( ponto de vista / pesquisa / assunto sugerido ),
" Alguém dentro de mim mente para me proteger.". - Carpinejar.
Fabrício Carpinejar é um poeta, jornalista e professor universitário, tendo diversos livros publicados e também muito reconhecido por seus blogs.
Carpinejar, como ele próprio assina, nasceu em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, e logo foi morar em Porto Alegre, onde cursou a faculdade de Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do sul ( UFRGS ). No seu primeiro ano de faculdade publicou seu primeiro poema na revista da Faculdade de Comunicação.
Carpinejar também ganhou muito destaque, além de seus obras literárias, por seus vários blogs onde publica muitos de seus textos e escreve sobre outros assuntos pertinentes, como futebol, e é também muito requisitado para participar de eventos e dar palestras.
No início, Carpinejar trabalhou na imprensa, e em 1998 publicou seu primeiro livro: “ As Solas do Sol ”. Desde então, Carpinejar também escreveu diversas obras, entre elas: " Meu filho, minha filha ", " Canalha ", " Diário de um apaixonado ", " Mulher perdigueira ", dentre outros. Foi agraciado por muitos prêmios, como o " Prêmio Nacional Olavo Bilac " da Academia Brasileira de Letras no ano de 2003.
Algumas frases e pensamentos de Fabrício Carpinejar:
" ...Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida
inteira. [...] Amizade não é dependência, submissão. Não se tem amigos
para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da
letra. É independência, é respeito [...] O que é mais importante: a
proximidade física ou afetiva?[...] Assim como há os amigos imaginários
da infância, há os amigos invisíveis da maturidade. Aqueles que não
estão perto podem estar dentro. [...] Amigo é o que fica depois da
ressaca. É glicose no sangue. A serenidade.".
" Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar.". ( trecho de Pais e filhos maridos e esposas II ).
" Dar um Tempo
Não conheço algo mais irritante do que dar um tempo, para quem pede e para quem recebe. O casal lembra um amontoado de papéis colados. Papéis presos. Tentar desdobrar uma carta molhada é difícil. Ela rasga nos vincos. Tentar sair de um passado sem arranhar é tão difícil quanto. Vai rasgar de qualquer jeito, porque envolve expectativa e uma boa dose de suspense. Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio. É natural explodir. Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga. Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas. Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo. Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer. Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.
Dar um tempo é igual a praguejar " desapareça da minha frente ". É despejar, escorraçar, dispensar. Não há delicadeza. Aspira ao cinismo. É um jeito educado de faltar com a educação. Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes. Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance. Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou. E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo. Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo. Deveria dar distância, tempo não. Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo. Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu voo. Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola. Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes. Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo. Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo. Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança. Dar um tempo é tirar o tempo. Dar um tempo é fingido. Melhor a clareza do que os modos. Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir. Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus. Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.
Resumir a relação a um ato mecânico dói. Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora. Espera-se algo que escape do lugar-comum. Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste. Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois. Dar um tempo é roubar o tempo que foi. Convencionou-se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência. Ora, não há maior violência do que dar o tempo. É mandar matar e acreditar que não se sujou as mãos. É compatível em maldade com " quero continuar sendo teu amigo ". O que se adia não será cumprido depois.". (do livro " O amor esquece de começar " ).
Livros publicados:
- As solas do sol
- Um terno de pássaros ao sul
- Terceira sede
- Biografia de uma árvore
- Caixa de sapatos
- Meu filho, minha filha
- Canalha
- Diário de um apaixonado
Fabrício é um escritor que não tem medo de expor suas idéias, e tem milhares de fãs por todo lugar, seus pensamentos são descritos de forma que quem lê consegue entender e se identificar com a forma de pensar dele.
Quem nunca ficou boquiaberto lendo um texto do Carpinejar? Pois é, eles são tão intensos que nos fazem ir além, viajar no tempo, ou até mesmo para dentro de nós mesmos...!
" A SAUDADE ENGANA TÃO BEM QUE PARECE ATÉ AMOR.". - Fabrício Carpinejar.
FAZER TUDO PARA AGRADAR É O CAMINHO MAIS RÁPIDO PARA A REJEIÇÃO. TODO CHARME TEM UM POUCO DE ANTIPATIA.". - Fabrício Carpinejar.

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