quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Réu confesso,

Réu confesso,

Tava aqui discutindo sobre qual é o melhor tipo de queijo dos milhares que existem por esse mundão. E essa conversa me fez lembrar de uma estória que aconteceu comigo em meados de 1990 quando eu era funcionário público e fui emprestado para entregar convocações de um evento bem grande que aconteceria. 
Em Três, um senhor de idade já falecido, eu e outro colega chegamos no interior, mas especificamente na Linha Caixa da Água, tratava-se de uma casa com varanda em forma de ' L ', com certeza de donos muitos caprichosos, tudo muito lindo e limpo, batemos na porta para fazermos nosso trabalho, sem resultados, insistimos, nada!
O dono ou dona da chácara estava muito longe, víamos ele ou ela ( estava com um pano na cabeça por causa do sol e não deu para identificar ), lá em cima do morro capinando imerso em seus pensamentos, tão longe que não escutava nem a buzina do nosso " Opalão ".
Quando contornamos a varanda de volta ao carro, avistamos mais ou menos umas 100 peças de queijo expostas, penso que para secar. Aquele queijo de colônia, aquele queijo que só de falar dá água na boca, e como só tínhamos Deus ( ou o diabinho ) por testemunha e a fome das 5 horas já estava apertando, não tivemos outra escolha, eu e meu amigo mais novo, após ver que nosso companheiro mais velho passava a mão e olhava com cobiça uma daquelas peças de queijo, fizemos tal qual ele e cada um recolheu uma peça de queijo para dentro do porta malas do carro. " Furtamos " 3 queijos, cuidadosamente colocamos a correspondência de baixo da porta, roncamos silenciosamente o motor carro e partimos.
Nunca fomos descobertos até hoje, e imagino que se na ocasião tivéssemos conseguido conversar com os donos, certamente ganharíamos uma peça de queijo cada um, eramos muito queridos por onde passávamos nesses dois meses que ficávamos emprestados para outra repartição, mas não eramos de ferro...!
Até hoje, não sinto remorso porque foi por uma boa causa, 3 pecinhas não devem ter feito falta e sequer sido notadas diante de tudo aquilo. Juro, sinto o gosto daquele queijo de colônia em minha boca até hoje e cada vez que me lembro dele...
Voltando lá no início, com todo respeito aos " cheddar's ", " gorgonzolla's ", " suíço's " entre outros vários que existem por ai, sem dúvidas nenhuma o melhor queijo do mundo, é justamente aquele lá, o queijo de colônia, inocentemente " furtado " naquele dia.
Ah, nem vem querer julgar porque Deus já me absolveu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário