domingo, 14 de janeiro de 2018

DIFERENCIAL.


DIFERENCIAL.


( ponto de vista / conteúdo de internet / 11-2016 ),

Estava aqui lendo um texto de 2015 e que me fez pensar, ou repensar, ou ainda lembrar.

Lembrei do meu pai que fazia tudo a mão e dizia que queria morrer antes de ter de usar um computador, e assim aconteceu, logo em seguida sua partida os processos se " digitalizaram ", mas, sua última petição protocolizada no fórum foi exatamente como a primeira da sua carreira, " batida a máquina ", ele garantia ( e eu sempre acreditei ) que ali estava o diferencial dele, ele tinha criatividade, diferente de outros profissionais que segundo ele próprio, estão ( mal ) acostumados com " tudo pronto ", copiam, alteram alguns dados, colam, imprimem e tudo certo, pronto para protocolizar.

Lembrei também daquelas dezenas de cartões de Natal que recebo todo final de ano, desses aí descritos abaixo pelo " crânio " do Prates, daqueles cartões que nem " tesão " de abrir não dá, tudo copiado, feito por computador, que o remetente sequer imagina que aquela " porra " foi " desovada " ao melhor estilo lixo debaixo da sua porta, com zero de sentimento, criatividade e consideração, que eu particularmente nem abro, só vejo o nome do remetente ( porque está pelo lado de fora ) e lixeira.

Então, viva o diferencial, e segue o texto...

" Todo ano é a mesma coisa, faço “provocações ” quando, na verdade, o que pergunto aos amigos nada tem de provocação, pelo contrário… O que pergunto a eles é se já compraram os cartões de Natal para enviar aos amigos… Todos, mas todos mesmo, me olham com a cara de alguém que acaba de ver um dinossauro. E o bicho tem mesmo que ser dinossauro, isto é, “antigo ”. Sim, porque todos me dizem que se foi o tempo dos cartões de Natal, hoje é e-mail ou mensagens faladas através do celular… e por aí.

Costumo dizer às pessoas que o cartão de Natal não está não fora de moda. O cartão, pelo contrário, revela uma distinção, distinção de parte de quem manda e a quem o recebe. Mandar um cartão de Natal revela consideração pela pessoa lembrada, revela respeito, admiração, disciplina e tudo o mais.

Sem falar que a pessoa tem que ir aos Correios e antes de enviar o cartão lamber o selo… Não, não estou sendo engraçado, estou apenas lembrando do formidável rito que significa enviar ou receber um cartão de Natal.

Claro, desde que não seja daqueles cartões padronizados mandados por políticos ou empresas, sem assinatura nem nada que personalize a mensagem… Esses cartões são simplesmente um trabalho previamente codificado por computadores, mandados para todos, nada, enfim, que signifique distinção, apreço…

E você, já comprou os cartões? Ah, não tens a quem os enviar, é isso?

“ É, Prates, não tem quem mereça ”… Já ouvi essa frase. Será mesmo que ninguém merece um cartão personalizado e que signifique para quem o receba uma especial distinção? Ou será preguiça de enviar?

Essa história do cartão de Natal faz lembrar o “ esquecimento ” de muita gente diante de uma dificuldade por que venha a passar um amigo, o que já não acontece quando esse amigo ganha na loteria ou está preparando uma festa… Ser amigo só nas horas boas é fácil, o difícil é encontrar amigos para pensar, juntos, saídas para uma dificuldade por que estejamos a passar…

Enfim, educação ainda é diferencial, aliás, o único diferencial que faz uma pessoa ser de fato uma Pessoa… E você notou, Pessoa com letra maiúscula. Raro, muito raro…!.".


( Publicado em 05 de Dezembro de 2015 na versão digital do Jornal O Correio do Povo, por Luis Carlos Prates ). 

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