sábado, 28 de setembro de 2019

O XAMANISMO.

O XAMANISMO.

( ponto de vista / pesquisa / assunto sugerido ),

Neste final de semana conversamos bastante ( um xamanista e eu ) sobre o assunto, recebi um convite inclusive para conhecer e participar, não recusei, e por ser um assunto que muito me chama a atenção, bem como desperta a minha curiosidade, resolvi pesquisar, porque muitos de nós nem sabemos o que é na verdade esta " religião " ( ou filosofia ), por isso, segue um pouquinho sobre mais esta religião como tantas outras ( ou quem sabe um pouquinho diferente ), que, para quem tem fé, o importante é estar bem e fazer o bem.

O xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas etnomédicas, mágicas, religiosas ( animista, primitiva ) e filosóficas ( metafísica ), envolvendo cura, transe, supostas metamorfoses e contato direto entre corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos, etc.

A palavra xamã vem do russo - tungue saman - e corresponde à práticas dos povos não budistas das regiões asiáticas e árticas especialmente a Sibéria ( região centro norte da Ásia ). Apesar, como assinala Mircea Eliade da especificidade dessas práticas na região ( em especial as técnicas do êxtase dos tungues, Iacutes, mongóis, turco-tártaros etc ), não existe, contudo origem histórica ou geográfica para o xamanismo como conhecido hoje, tampouco algum princípio unificador. Outros nomes para sua tradução seriam feiticeiros, médico-feiticeiros, magos, curandeiros e pajés.

Antropólogos discutem ainda na definição xamanismo a experiência biopsicossocial do transe e êxtase religioso, bem como as implicações sociais da definição do xamanismo como fato social. É considerado uma tradição equivalente à magia enquanto prática individualizada relacionada aos problemas e técnicas e ciência da sobrevivência cotidiana ( agricultura, caça, medicina, etc ) ou ao fenômeno religioso, abstrato, coletivo, normatizador.

O sacerdote do xamanismo é o xamã, que geralmente entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes incomuns, invocando espíritos, plantas e etc, através de objetos rituais, do próprio corpo ou do corpo de assistentes e pacientes. A comunicação com estes aspectos sutis da vida pode se processar através de estados alterados de consciência. Estados esses alcançados através de batidas de tambor, danças e até ervas enteógenas.

As variações " culturais " são muitas, mas, em geral, o xamã pode ser homem ou mulher, a depender da cultura, e muitas vezes há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamado, uma vocação. Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrole.

O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.

De acordo com Eliade ( o.c.), entre os manchus e os tungues da Manchúria a tradição dos dons xamânicos costuma ser feita de avô para neto, pois o filho ocupa-se em prover as necessidades do pai, isso no caso dos amba saman ( xamãs do clã ).
Os xamãs independentes seguem a sua própria vocação. O reconhecimento como xamã só pode ser feito pela comunidade inteira depois de uma prova iniciática. Ainda segundo esse autor das referências a distúrbios psicológicos ( especialmente no processo de formação ) o ideal iacuto de um xamã é: Um homem sério, que sabe convencer os que estão à sua volta, não presunçoso nem colérico. Entre os kazak-quirguizes o baqça, guardião das tradições religiosas é também cantor, poeta, músico, adivinho, sacerdote e médico.

Talvez pela experiência do sofrimento antes da iniciação ou experiência de possessão o xamã é confundido com indivíduos portadores de distúrbio mental tipo epilepsia, histeria e psicose, Lévi-Strauss citando os estudos de Nadel e de Mauss na introdução à obra de Marcel Mauss afirma que…" existe uma relação entre os distúrbios patológicos e as condutas xamanísticas, mas que consiste menos numa assimilação das segundas aos primeiros do que na necessidade de definir os distúrbios patológicos em função das condutas xamanísticas… ", afirma ainda, baseado em estudos comparativos, que... " a freqüência das neuroses e psicoses parecem aumentar nas regiões sem xamanismo e que xamanismo pode desempenhar um duplo papel frente as disposições psicopáticas: Explorando-as por um lado, mas, por outro canalizando-as e estabilizando-as.".

O seiðr, em muitos casos, foi descrito como uma feitiçaria realizada para " ferver " certos objetos imputados de poderes mágicos, sendo basicamente utilizado como um rito adivinhatório ou para assassinato, ou ainda como prescreve Boyer, relacionado a três ações básicas: Prever o futuro, aprisionar, causar doenças/desgraças ou matar.

A tradução do termo varia segundo os pesquisadores, mas geralmente é interpretada como sendo canto. Tratava-se de um ritual mágico de tipo divinatório e profético, com conotações xamanistas e uma arte mágica criada pela deusa Freyja. Era um tipo de magia extática com transe, êxtase do celebrante e cantos da assembléia, geralmente realizada durante a noite e praticada sobre uma plataforma chamada de assento para encantamento ( seiðhjallr ).
A sua realização era conectada com sons mágicos ou encantamentos, e a melodia era considerada bonita para os ouvidos. Também compreendia fórmulas mágicas para chamar tempestades e todos os tipos de injúrias, metamorfoses e predições de eventos futuros. Criada pela deusa Freyja, era praticada especialmente por mulheres chamadas seiðkonur (sing. Seiðkona ).

Para Neil Price seria antes de tudo uma forma de extensão do espírito e de suas faculdades, enquanto que para Zoe Borovsky a performance do seiðr simbolizaria o modelo vertical de universo ( cosmológico ) da árvore Yggdrasill. Como para o xamã, a praticante de seiðr devia descer ao mundo dos mortos para relatar os ensinamentos que buscam os vivos e para efetuar certos malefícios. A magia nórdica era tanto praticada por homens quanto por mulheres, com uma nítida especialização feminina. As Sagas estão repletas de práticas mágicas, mas maiores detalhes sobre o ritual do seiðr são desconhecidos.

O Xamanismo, ou como conhecemos ( índios ) costumavam se obliterar em cavernas, matas virgens, além de florestas, os rituais com seiva de animais mortos era um costume tanto quanto normal, o Xamanismo vem desde a existência brasileira, e com isso, tem suas apresentações, coloniais realizadas apenas entre eles, e a diferenciação, de raças.

Como foi dito algumas práticas xamânicas são marcadas pelo uso de elementos extraídos de fontes naturais que levam o indivíduo a entrar em estados modificados de consciência denominados transe ou êxtase. Esses produtos, tem característica da presença de substancias psicoativas ou enteógenos. Para entender o efeito de tais substâncias não basta analisar a composição molecular e efeito bioquímico, é necessário situar-se no contexto ( set ) de utilização as expectativas e formas de uso da substância incluindo os mitos ou crenças a seu respeito.

Como outros sistemas de xamanismo o que se aprende é passado do mestre ao aluno sem nada escrito.

Outro fato interessante é que para ser Pajé geralmente deve ser médium ou ter alguma qualidade psíquica.

Para eles qualquer problema físico tem relação ao espiritual, o que é pura verdade, embora acreditem nisso o uso de plantas é muito comum para as curas, algumas vezes os pajés utilizam a ajuda dos espíritos para saber qual é a planta que deve ser usada em determinado caso.

Boa parte das ferramentas usadas são tambores, chocalhos, defumadores e amuletos.

As habilidades do Pajé também podem ser usados para fins " ruins ", em casos de guerras entre tribos por exemplo.

Atualmente os " serviços " dos pajés não se restringem apenas a membros de sua tribo, existem pajés que sozinhos mostraram a capacidade curativa de vários tipos de plantas, que as pessoas de fora, como especialistas não sabiam a utilidade.

Boa parte dos rituais tem relação com espíritos ancestrais que se comunicam com o Pajé através de diversos métodos, entre eles o uso de cânticos e danças.

O xamanismo é muito forte no Brasil, data de 6 mil anos atrás e é sistema complexo e muito poderoso principalmente na cura, estamos falando do Xamanismo dos Guaranis e de outros povos, embora seja mais conhecido como Pajelança do que como Xamanismo.

Então, não é de hoje que ficamos sabendo da existência de comunidades aqui mesmo em nossa cidade, bem como diversas outras existentes em nossa região e bastante comentadas, agora, feito a reflexão acerca do assunto, resta esperar a oportunidade de ir visitá-las, e logo na primeira oportunidade...!

Elegemos dois parágrafos interessantes sobre o assunto, seguem:

" O corpo só adoece porque nele está presente a vida. A saúde e a doença são coisas que vem do estado de consciência da vida. Acaso já viu uma pedra espirrar porque havia poeira no ar? Ou inflamar as ranhuras de pedra dinamitada? Ou contrair pneumonia as montanhas geladas dos Andes? O estado de doença ou saúde se aplica exclusivamente as leis da vida e não as leis da matéria. Vida é consciência! Um corpo sem vida é o cadáver, e acaso já viu um cadáver espirrar porque havia poeira no ar? Ou inflamar suas ranhuras em contato com a terra? Ou contrair pneumonia porque sua cova é úmida? Claro que não, porque doenças e sofrimentos nada mais são que projeções da mente espiritual da vida que ainda presa na ilusão, mantém os sentimentos do medo e da culpa!...". ( Xamã Gideon dos Lakotas ).

" O sábio executa grandes feitos com pequenos movimentos e tudo realiza sem nada reivindicar seu. Por conhecer causa e efeito sabe sempre como melhor agir. Por sempre se considerar pequeno é que é grande. Pelo desejo ardente de aprender reconhece que somos mestres e discípulos ao mesmo tempo, e por isso busca somente irmãos.". ( Xamã Gideon dos Lakotas ).

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