DESCONFIE DE QUEM É FELIZ DEMAIS NAS REDES SOCIAIS.
( C.I / 181-2017 ),
Você chega em casa ( as costas doendo, a cabeça pesada ) e abre uma cerveja para relaxar.
Liga a TV e, enquanto os jornalistas proferem discursos realistas e chocantes, você navega em suas redes sociais.
Gatinhos fofos, pratos de comida, check-in em qualquer lugar, sorriso, sorriso, abraço, declaração de amor, sorriso, uma pessoa irritada com a política, alguém divulgando um evento, sorriso, festa, bebida, corpos seminus, sorriso. As redes sociais são o universo mais loucamente paralelo que há.
Basta reparar o pessoal no trabalho, cinema ou em qualquer outro lugar. Uma voltinha no quarteirão já é suficiente para perceber que o semblante das pessoas reais não é o daquelas fotos.
A matemática humana fica ainda mais surreal quando se tenta equacionar a mesma pessoa que distribui amor e felicidade nas versões " vida na rede " x " vida real ". A conta geralmente não " bate ".
A internet é um veículo baratinho para se brincar de ator.
Atua-se na vida que se gostaria de ter, nos relacionamentos idealizados, nas amizades eternas e plenamente sinérgicas. Atua-se no dinheiro sobrando, nas festas e viagens absurdamente divertidas, nas crises de riso intermináveis, nos corpos prontos para ser espontaneamente clicados. Assim, como quem nem viu a foto sendo feita.
É estranho procurar entender o que motiva alguém a derramar essa suposta felicidade no mundo virtual.
É provável que, em grande parte dos casos, a carência por curtidas e comentários espelhe aquela carência afetiva e dolorosa, uma autoestima arranhada, ou uma profunda necessidade de aceitação.
Talvez, como tantas blogueiras e pessoas públicas que fazem da falsa perfeição uma curiosa profissão, sejam internautas publicitários de si mesmos, vendendo por um preço exorbitante produtos de qualidade duvidosa e negociando quem fechará a bolsa de valores invertidos mais em alta.
Dia desses, num restaurante divertido e com boa comida, observei um casal muito conhecido publicamente sentar-se à mesa ao lado. Os dois não trocaram uma única palavra, salvo para escolher a comida, sobre a qual, aliás, discordaram, enquanto postavam fotos, respondiam a comentários e tiravam " selfies " de seus rostos bonitos em ângulos diversos.
Tomei o cuidado de bisbilhotá-los depois para ver o que haviam postado...
Era como se a noite tivesse sido esplendorosa, de papos alegres e maravilhosas histórias compartilhadas.
Caramba, eles não tinham trocado uma só palavra.
Os casais mais infelizes e complicados que conheço são os que mais se autoafirmam, entre longas declarações e fotos " 100% espontâneas ", o amor infinito que devotam entre si.
Por outro lado, se a pessoa realmente for muito feliz e apenas quiser dividir tanto esplendor com o resto do mundo, será mesmo que faz sentido colocar-se à frente dos holofotes?
Honestamente, quantos por cento das pessoas observam alguém MUITO feliz em uma foto e lhe desejam boas energias e vida longa? Mesmo que inconscientemente, é natural e humano, infelizmente, invejar o próximo quando imagina que sua própria condição não esteja à altura da de seus semelhantes.
É evidente que tudo isso são elucubrações e você pode estar revoltado.
Posso estar errada, posso não estar falando de todos, não sou dona da verdade. Mas procure se lembrar de que o homem é apequenado em sua natureza, humanoide e pouco elevado em seu espírito.
Despidos de nosso escudo de polidez e elevação moral, talvez comecemos a pensar que, por trás da vida que tanto exibimos no mundo virtual, existe um mundo de vida aqui dentro que precisa de cuidado real...!.
( Por Lara Brenner ).
" VIVER DE FANTASIAS NÃO TRAZ FELICIDADE A NINGUÉM. VIVER É CORRER RISCOS, MAIS, CRIAR MEMÓRIAS, AMORES E A VIDA...!.". ( Desconhecido ).
( C.I / 181-2017 ),
Você chega em casa ( as costas doendo, a cabeça pesada ) e abre uma cerveja para relaxar.
Liga a TV e, enquanto os jornalistas proferem discursos realistas e chocantes, você navega em suas redes sociais.
Gatinhos fofos, pratos de comida, check-in em qualquer lugar, sorriso, sorriso, abraço, declaração de amor, sorriso, uma pessoa irritada com a política, alguém divulgando um evento, sorriso, festa, bebida, corpos seminus, sorriso. As redes sociais são o universo mais loucamente paralelo que há.
Basta reparar o pessoal no trabalho, cinema ou em qualquer outro lugar. Uma voltinha no quarteirão já é suficiente para perceber que o semblante das pessoas reais não é o daquelas fotos.
A matemática humana fica ainda mais surreal quando se tenta equacionar a mesma pessoa que distribui amor e felicidade nas versões " vida na rede " x " vida real ". A conta geralmente não " bate ".
A internet é um veículo baratinho para se brincar de ator.
Atua-se na vida que se gostaria de ter, nos relacionamentos idealizados, nas amizades eternas e plenamente sinérgicas. Atua-se no dinheiro sobrando, nas festas e viagens absurdamente divertidas, nas crises de riso intermináveis, nos corpos prontos para ser espontaneamente clicados. Assim, como quem nem viu a foto sendo feita.
É estranho procurar entender o que motiva alguém a derramar essa suposta felicidade no mundo virtual.
É provável que, em grande parte dos casos, a carência por curtidas e comentários espelhe aquela carência afetiva e dolorosa, uma autoestima arranhada, ou uma profunda necessidade de aceitação.
Talvez, como tantas blogueiras e pessoas públicas que fazem da falsa perfeição uma curiosa profissão, sejam internautas publicitários de si mesmos, vendendo por um preço exorbitante produtos de qualidade duvidosa e negociando quem fechará a bolsa de valores invertidos mais em alta.
Dia desses, num restaurante divertido e com boa comida, observei um casal muito conhecido publicamente sentar-se à mesa ao lado. Os dois não trocaram uma única palavra, salvo para escolher a comida, sobre a qual, aliás, discordaram, enquanto postavam fotos, respondiam a comentários e tiravam " selfies " de seus rostos bonitos em ângulos diversos.
Tomei o cuidado de bisbilhotá-los depois para ver o que haviam postado...
Era como se a noite tivesse sido esplendorosa, de papos alegres e maravilhosas histórias compartilhadas.
Caramba, eles não tinham trocado uma só palavra.
Os casais mais infelizes e complicados que conheço são os que mais se autoafirmam, entre longas declarações e fotos " 100% espontâneas ", o amor infinito que devotam entre si.
Por outro lado, se a pessoa realmente for muito feliz e apenas quiser dividir tanto esplendor com o resto do mundo, será mesmo que faz sentido colocar-se à frente dos holofotes?
Honestamente, quantos por cento das pessoas observam alguém MUITO feliz em uma foto e lhe desejam boas energias e vida longa? Mesmo que inconscientemente, é natural e humano, infelizmente, invejar o próximo quando imagina que sua própria condição não esteja à altura da de seus semelhantes.
É evidente que tudo isso são elucubrações e você pode estar revoltado.
Posso estar errada, posso não estar falando de todos, não sou dona da verdade. Mas procure se lembrar de que o homem é apequenado em sua natureza, humanoide e pouco elevado em seu espírito.
Despidos de nosso escudo de polidez e elevação moral, talvez comecemos a pensar que, por trás da vida que tanto exibimos no mundo virtual, existe um mundo de vida aqui dentro que precisa de cuidado real...!.
( Por Lara Brenner ).
" VIVER DE FANTASIAS NÃO TRAZ FELICIDADE A NINGUÉM. VIVER É CORRER RISCOS, MAIS, CRIAR MEMÓRIAS, AMORES E A VIDA...!.". ( Desconhecido ).
Nenhum comentário:
Postar um comentário