quarta-feira, 4 de março de 2020

MORRENDO E APRENDENDO.

MORRENDO E APRENDENDO.

( relato do dia que eu mesmo me entreguei o certificado de imbecil ),

Agora, " retardado " mesmo é quem faz ou não perde aquela mania estúpida de fazer duas coisas ao mesmo tempo, veja o que aconteceu comigo hoje ás 10:30 da manhã:

Passei pela geladeira e peguei dois cachos de uva e segurei na mão esquerda, meu iphone estava na direita, desci até a garagem para funcionar os carros tendo em vista que ando muito pouco com eles e tal procedimento se faz necessário, mas a garagem estava comprometida, cheia de coisas e não vi lugar para deixar meus cachos de uva já lavadinhos. Coloquei o celular em qualquer lugar do chão mesmo e com os cachos de uvas na mão esquerda abri a garagem e 3 janelas para circular o ar, abri meu carro, peguei a chave e abri o capô, com a mão direita ergui o capô e com a mesma mão fiquei segurando-o, só aí percebi ( retardado ) que estava com a mão esquerda cheia de uvas, fui puxar o suporte do capô com a mão cheia e ainda consegui, mas, na hora de levantar ele para fixar na tampa, adivinhe? Sim, como em câmera lenta um cacho de uva escorregou da minha mão e " filho da puta ", tabelou de um ladinho do motor ( limpíssimo ), e do outro, e do outro novamente e " caralho ", foi parar em baixo do motor, logo, em cima da proteção do cárter que fica abaixo do motor.

E agora, como tirar de lá, primeira coisa que precisei foi de uma lanterna para ver se enxergava o " lazarento " do cacho de uvas, enxerguei mas minha mão nunca que chegaria até lá, tentei por cima e nada, por baixo e nada, pelos lados e nada, apelei para o " matador de moscas " a fim de puxar um pouquinho mais para frente, nada, deitei debaixo do carro e nenhum abençoado de um furo ali, pensei em remover a proteção do cárter, mas, e chaves? Até tinha, mas não exatamente aquela, recorri ao vizinho que me emprestou a chave exata, logo não tinha como " desparafusar " porque o comprimento da chave era maior que a altura do carro e o chão, voltei lá e devolvi ( na chuva já ), continuei tentando, apelei para tudo que é santo que me vinha na cabeça, arames, pedaço de vara de pesca, cabo de vassoura, espetinho de carne, até assoprar com todas as forças eu tentei e nada chegava ao " lazarento " cacho de uva, que continuava lá, intacto apesar do tombo e das surras, ele continuava " firminho ".

Brilhante ideia, é claro, como não pensei nisso antes? O aspirador de pó ( já eram 11:00 ), um peso do cão e eu já sem camiseta de tanto suar, a cueca se torcesse dava um suco ( mais de raiva do que de qualquer outra coisa ), ufa, adivinhe, não adiantou de nada!

Tentei mais umas 3 ou 4 vezes, tanto por cima quanto por baixo e a sensação foi única: Impotência, até porque uma das minhas mãos estava todo o tempo segurando uma lanterna ( de choque ) que por duas vezes apertei no botão errado e levei dois " puta choques " que quase que não consigo estar aqui agora relatando isso, mas desistir não dava ou as formigas iam se divertir com a minha cara de idiota, imbecil retardado... logo mais adiante.

Voltei lá no meu velho, sábio e experiente vizinho, ele só não construiu um navio ainda, um homem no verdadeiro sentido da palavra, sim, porque eu, eu me sentia uma " bosta atônita " ( quase chorando de raiva, raiva não, já era ódio, porque era quase meio dia ), então, achamos ( ele achou ) um ferro comprido e fininho ( para puxar o " lazarento " cacho de uvas uns centímetros para frente e do outro lado ele fez uma espécie de anzol com um arame, e lá fui eu, puxava para frente ( o cacho ) e ele voltava para trás quase fugindo da minha visão, até que de repente vi ele ( o cacho ) e puxei tudo o que deu para frente, virei o ferro para o lado do anzol e depois de uns 5 minutos tentando pescar, consegui, derrubei duas vezes mas consegui erguer até na metade da altura só, não passava mais ( tudo é muito estreito lá ).

Muita calma nessa hora, larguei a lanterna da mão esquerda, segurei pela ponta do cacho com a ponta dos dedos apertando-o contra uma peça com a mesma mão, enquanto que com a mão direita me livrava do ferro ( chão ), mas o " lazarento" do cacho não passava de volta para cima, foi onde resolvi usar a tese do " tudo ou nada ", dei um " puxão " no cacho e adivinhe, uhulllllllll, veio o " lazarento do " cacho.

Detalhe: Só veio a " porra " do " lazarento " do cacho mesmo, porque as uvas ( odeio ) fizeram aquele efeito de " rosário estourado em plena missa " e voltaram todas ( todinhas sem escapar uma abençoada para o chão onde eu pudesse resgatá-las ) para a proteção do cárter. Eu estava neste exato momento na anti sala do inferno.

Desisti com o placar marcando 10 x 0 para as uvas, e desisti primeiro porque estava inteiro suado e fora do " pleno gozo das minhas faculdades mentais ", nervoso e " puto da cara ", segundo porque já era quase meio dia e meio ( e eu tinha iniciado tal batalha ás 10:30... ) e tinha que sair para trabalhar logo, e ainda tinha que almoçar, e terceiro porque já tinha feito 3 vezes " trato com o capeta " e em nada ajudou, aliás, só deve ter piorado a situação.

Ah, estava esquecendo de falar das uvas, continuam lá, dentro da proteção do motor do meu carro ( que estava limpinho ), agora, só quero ver se meu receio se concretizar e aquilo resolver azedar, feder ou juntar formigas, guardo minha última esperança aqui ilustrada por esta frase " Na vida tudo passa, até a uva passa "...

Em resumo, tudo o que fazemos com pressa ou com raiva não pode mesmo que dê certo, não pode que saia bem feito, e da mesma forma é quando você teima em fazer duas coisas ao mesmo tempo, tipo assim, assoviar e chupar cana, dirigir e responder a mensagens pelo celular, ou ainda abrir o capô do carro com dois " malditos " cachos de uvas na mão, não vai dar certo nunca, e se der certo, que em hipótese alguma isso vire um hábito seu, sabe porque? Porque cedo ou tarde, ou hoje ou amanhã, com você querendo o resultado ou não, a tendência é que vai sim dar " merda ", e na maioria das vezes essa " merda " vai te atrasar a vida ou te causar transtornos de toda sorte, isso se não for assim quenem o caso das " malditas " uvas de hoje, um caso ( até então ) irreversível...!

Pense nisso, enquanto isso, vou ali, almoçar...!

“ Fazer duas coisas ao mesmo tempo é não fazer nenhuma delas.”. -Publilius Syrus.

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