sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

EDIÇÃO INTERESTELAR.

EDIÇÃO INTERESTELAR.

Registre 13/03/13 às 7:00 da manhã em minha linha do tempo, 
meu primeiro sonho com meus Pais, juntinhos!
Meu coração despertou batendo um tanto quanto diferente hoje, sei lá o porque da data, para mim seria apenas mais um dia comum.
Durante mais ou menos uma meia hora no nosso tempo, que segundo a ciência não se estende em nada além de alguns 3 minutos, sonhava eu com minha Mãe e com meu Pai, o primeiro sonho nítido que tive com os dois juntos, um sonho bem diferente dos demais e como costumo anotar sonhos para interpretá-los ( coisas de malucos... ), relatarei para minha linha do tempo, com as minhas palavras.
Tudo começou no que era para ser mais um sonho, daqueles que você sonha dormindo, imagino uma projeção astral, se é que ocorre com os comuns.
Estava eu, minha Mãe e meu Pai no lugar onde era o escritório que pertenceu a meu Pai por algumas décadas, lá estava da forma em que era antes, como eu os via e sentia nitidamente comecei a falar de nossas vidas para eles.
Minha Mãe, que partiu Dois anos antes que meu Pai, apenas ouvia, me abraçava e sorria, como se estivesse já acostumada com tal condição, já meu Pai, parecia custar a entender ou a acreditar em tudo que eu relatava, inclusive da sua própria condição ali, de espírito. Durante todo o tempo que minha Mãe sorria, meu Pai me olhava cheio de dúvidas, estava estampada a dúvida em seu semblante, parecendo até que ele tomou conhecimento da sua partida, de sua mudança de plano, hoje, através dessa nossa conversa. Era como se ele não acreditasse que não vivíamos mais na mesma dimensão.
Continuávamos a parlamentar, eu muito emocionado e ofegante e ao mesmo tempo me sentindo tranquilo, continuávamos lá no mesmo ambiente, os Três em pé, quase que encostados, eles me ouviam atentos em meio aos sorrisos da Mãe, ouviam tudo o que eu falava.
Lembro que explicava ao meu Pai que aquele ambiente de trabalho não era mais nosso, que já havia passado por reformas e que o proprietário fulano de tal já havia alugado para outras pessoas logo que meu pai me faltara, ele parecia duvidar, mas minha Mãe estava ali sorrindo e comprovando que o que eu relatava era a mais cristalina verdade.
Falei também de que, quando depois da sua falta, fui acolhido, bem como minha família por diversas pessoas, em sua maioria amigos dele de longa data, aqueles que ele mesmo costumava me citar em vida como amigos de verdade. Das pessoas que nos acolheram citei todas, nome por nome sem esquecer nenhum. Ele sempre me falou sobre gratidão.
Pois bem, convidei-os então para sair dali e conhecer um dos lugares onde fui acolhido e trabalho hoje com o que chamo de meu Anjo da Guarda na terra. Minha Mãe se adiantou sorrindo novamente e em um tom mais alegre já foi se dirigindo à porta e naturalmente para meu lugar de trabalho, meu Pai surpreso ainda, me acompanhou um pouco mais atrás.
Minha Mãe como a fazer uma brincadeira, fez menção em nos trancar lá dentro, do antigo ambiente e eu logo me adiantei segurando a maçaneta da porta e até forçando-a um pouco, entendi como uma brincadeira, já meu pai sentindo-se trancado, ralhou com ela, nada grave, foi quando eu consegui ouvir a sua voz depois de tanto ter conversado.
Já em frente ao meu ambiente de trabalho, permanecemos na porta, na calçada, onde continuei relatando tudo, mas tudo mesmo sobre a minha vida e dos nossos, das pessoas amigas que tivemos até ali e suas manifestações e também sobre as pessoas que de uma forma ou de outra tentaram tirar proveito da situação, falei da falta dele e também de quem sequer tomou conhecimento ou se fez de desentendido, decerto com receio de que eu pudesse futuramente precisar de seus préstimos.
Porém dessa altura do sonho em diante, eu já me encontrava acordado na cama, mas, em silêncio absoluto e com os olhos fechados que teimavam entre se abrir e não.
Consegui mantê-los fechados para poder dar continuidade ao “ sonho “, mesmo que já acordado para não perder a oportunidade mágica e única daquele momento.
Eles estavam vestidos tal qual se vestiam aqui, porém, nenhuma das peças de roupa que usavam na ocasião me era familiar, algumas cores, apenas meu Pai que trajava um terno claro, o que me causou certo espanto pois era um traje que ele mesmo, em se tratando do ambiente trabalho, achava dispensável.
De hora em diante, eu já não mais os via, apenas sentia.
Continuei contando a eles mesmo sem vê-los, apenas sentindo a presença, sobre tudo de bom que aconteceu do dia de vossas partidas em diante, mas não os poupei ( e até acho que deveria ) de contar também sobre as coisas ruins, que na verdade foram poucas, até então.
Não esqueci também, até porque já estava acordado, de agradecer tudo o que fizeram por mim e pelos nossos e que com certeza continuam fazendo lá de cima. Pedi intercessão deles, na medida do possível é claro, junto ao Pai Maior, por nós e por todas as pessoas que nos apoiaram quando mais precisamos. Falei também de pessoas que guardo sentimentos negativos ( também não deveria, mas falei... ), pedi orientação, não são muitas, no máximo duas, uma bem próxima e uma de âmbito familiar.
Sim, contei também do meu arrependimento de não ter seguido a carreira do meu Pai, mas não prometi milagres nem sacrifícios no que diz respeito a estudar. Apenas aproveitei para pedir que no próximo exame de ordem, se possível, meu Pai colocasse sua sabedoria e suas mãos sobre e em favor de minha esposa.
Contei sobre a neta do coração, que já é uma futura Engenheira Eletricista, foi aquele UAU.
Contei sobre nosso cotidiano, sobre imóveis alugados, sobre o sinistro ocorrido com nossa casa no vendaval de dias atrás, e, ao sentir ele ainda um tanto inquieto, enquanto minha Mãe apenas levemente sorria, resolvi me despedir.
Na despedida tentei tranqüilizá-los o máximo possível, não para fazer H, mas para que sejam sempre cientes do cumprimento de nossos deveres e destinos.
Nem preciso dizer que quando falei do Jeday, senti brotar um sorriso e uma lágrima do rosto do meu Pai, eu não via, mas sentia... Foi então que lembrei a ele de um desejo que ele sempre comentava comigo, e que era assim:
“ Javel: Eu tenho esperanças que um dia, vai acontecer um “ PLIM “ ( ... e estalava os dedos ), e o Jeday vai despertar e vai ser um homem de verdade, sem depender de nada nem ninguém... vai virar “ hominho “.
Era assim que ele sonhava...
Pois bem meu Pai, e minha Mãe que também ouvia, - O Jeday é hoje o homem que vocês sempre sonharam, esse seu sonho que mesmo particular nunca fez segredos e da Mãe também, se tornou realidade, além de fazer tudo sozinho, escovar dentes, cortar unhas, tomar banho, ir à escola, ajudar na limpeza do escritório e ter assumido enorme percentagem dos afazeres domésticos, muitos dos quais nem é convocado, é hoje um homem educado, responsável, querido por todos os que o cercam, respeitadíssimo, cuida de todos lá em casa como se fosse você mesmo meu Pai, até o cheiro dele é o seu!
Enfim, detalhei bastante sem mentir ou omitir uma vírgula da realidade e enfim, senti meu pai serenar.
E como eu já estava quase abrindo os olhos, há uns 10 minutos já, me despedindo agradeci a DEUS por aquela oportunidade, aproveitei e pedi que se repetisse mais vezes dentro das possibilidades e, depois do abraço mais gostoso, verdadeiro e aconchegante dos últimos anos, abri os olhos e despertei agradecendo, mas não pude deixar de fazer a eles um último pedido: Que essa de hoje, não tivesse sido ainda, a vinda deles para me buscar, ainda quero ficar um pouco mais por aqui, e dos 3 motivos que tenho, o principal deles também é o meu amor até demasiado por aquela criaturinha, o Jeday.
Ambos sorriram, e foi ai que minha Mãe, em um tom sério e ao mesmo tempo debochado me disse:
“ Então vê se abandona o cigarro, ele trouxe o Pai para cá e é exatamente “ esse aí “ que vai trazer você também... mais uma vez ela sorriu, confesso que GELEI, mas agradeci!
“ SANTO ANJO DO SENHOR,
MEU ZELOSO GUARDADOR,
SE A TI ME CONFIOU A PIEDADE DIVINA,
SEMPRE NOS REGE,
NOS GUARDE,
NOS GOVERNE,
NOS ILUMINE,
AMÉM.”.

* 7:30, acabo de voltar do quarto do meu irmão onde fui entregar dois beijos;
* 7:35, acabo de acordar a Diane para contar mais este sonho e quase sou jogado da cama;
* 12:00 e acabo de ficar sabendo que meu irmão também sonhou com eles;
* 15:30, acabo de transcrever meu sonho para que se registre em minha linha do tempo;
* TODO O TEMPO, acabo de chegar mais uma vez a conclusão de que:
“ Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha juto é realidade. “.

Pai e Mãe, com carinho e muita saudade, Javel.

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