TENTANDO ENTENDER A " SUPERCÉLULA ".
( ponto de vista / pesquisa / assunto sugerido ),
Uma supercélula é um tipo de tempestade caracterizada pela presença de um mesociclone ( uma corrente de ar ascendente girando no interior da nuvem ). Por esta razão, essas tempestades às vezes são chamadas de tempestades girantes.
Das quatro classificações de tempestade ( Supercélula, multicélula, unicélula e linha de instabilidadenota ) as supercélulas são geralmente as menos comuns, entretanto são também as mais severas. Esses sistemas estão frequentemente isolados de outras tempestades, e podem dominar o clima local por cerca de 32 km de distância.
Causam chuvas muito volumosas, produzem muitos raios e ventania. Mas, o mais perigoso é quando ocorre a formação de tornados, pois estes causam muitos danos por onde passam.
Supercélulas tem geralmente três classificações: Clássica, baixa precipitação e alta precipitação. Supercélulas de baixa precipitação são encontradas em climas mais secos e áridos, enquanto que as supercélulas de alta precipitação podem surgir em qualquer lugar do mundo sob as pré-condições necessárias a sua formação, mas são vistas principalmente nas Grandes Planícies dos Estados Unidos. No Brasil ocorrem principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, e eventualmente produzem tornados.
Supercélulas são geralmente encontradas isoladas de outras tempestades, embora elas possam, às vezes, aparecer em linhas de instabilidade. Tipicamente, supercéluas são encontradas na parte quente de um sistema de baixa pressão geralmente se propagando em linha com uma frente fria do sistema de baixa pressão. Por causa de sua duração ( várias horas ), são sistemas de tempestades praticamente estáveis. Supercélulas podem se desviar para a direita ou para a esquerda dos ventos predominantes. Esses sistemas podem eventualmente desenvolver duas correntes de ar ascendentes separadas com sentido de rotação opostos, que divide a tempestade em duas supercéluas que se afastam uma da outra.
Supercélulas possuem rotação devido a inclinação da vorticidade causado por correntes de vento. Fortes correntes fazem o ar que estava girando sobre um eixo horizontal subir e girar sobre um eixo vertical. Isso forma uma corrente de ar em rotação ascendente, o mesociclone. Uma capa de inversão é geralmente necessária para formar uma corrente ascendente com força suficiente para formar um mesociclone. A capa coloca uma camada invertida de ar ( ar frio sobre ar quente ) sobre uma camada normal ( ar quente sobre ar frio ), formando uma camada limite, não permitindo que o ar quente da superfície suba, permitindo que um dos dois ( ou ambos ) eventos listados abaixo ocorra:
- Ar sob a camada limite aquece e/ou se torna mais úmido.
- Ar sobre a camada limite esfria.
- Ar sobre a camada limite esfria.
Isto cria uma camada mais quente e úmida sob uma camada mais fria, que vai se tornando cada vez mais instável ( porque o ar quente é menos denso e tende a subir ). Quando a camada que impedia o ar quente de subir enfraquece, um desenvolvimento rápido acontece. Na América do Norte, supercélulas geralmente aparecem no radar com a forma de um ponto ou de um anzol no lado sudoeste, indo para o nordeste. A maior precipitação acontece no lado sudoeste, terminando rapidamente na base de ventos ascendentes sem chuva ou corrente ascendente principal ( não visível no radar ). Os ventos descendentes da parte de trás levam precipitação no sentido anti-horário em torno dos lados norte e noroeste da base de vetos ascendentes, produzindo um " eco de gancho ( ou anzol ) " que indica a presença de um mesociclone.
Bigorna: uma " bigorna " se forma quando os ventos ascendentes da tempestade colidem com o topo da troposfera e não têm mais como subir por causa das leis de fluidodinâmica - especialmente, pressão, umidade e densidade. A bigorna é muito fria e virtualmente sem precipitação apesar da precipitação do tipo virga ( quando a precipitação evapora antes de atingir o solo ) acontecer depois da tempestade. Uma vez que existe muito pouca umidade na bigorna, os ventos podem se mover livremente. As nuvens tomam a forma de bigorna quando o ar ascendente atinge de 15 mil a 21 mil metros ou mais. A forma de bigorna é mais facilmente distinguível na frente da tempestade, como uma concha. Em alguns casos, se essa forma continuar depois da tempestade, é um sinal que um vento ascendente ainda persiste
Base sem precipitação: Esta área, no lado sul da tempestade na América do Norte, é relativamente sem precipitação. Está localizada abaixo da corrente ascendente principal, e é a principal área de ventos descendentes. Enquanto a precipitação não é visível para um observador, granizo pode estar caindo nessa área. Causam pouca precipitação ( chuva ou granizo ) em um núcleo separado da corrente de ar ascendente. Este tipo de supercélula pode ser facilmente identificado com a formação de estrias " esculpidas " na base ou até mesmo uma aparência de " saca-rolhas " na corrente ascendente. Isto é causado porque elas frequentemente se formam ao longo de " linhas secas ", portanto deixando as nuvens com pouca umidade nas partes superiores. Esses sistemas geralmente se dissipam rapidamente e não se transformam em outro tipo de tempestades.
Apesar de ser conhecidas por formar tornados pequenos, eles são conhecidos por serem bastante intensos. Essas tempestades produzem granizo com menos de 25 mm de diâmetro, mas podem produzir muito granizo mesmo quando não existe um núcleo de precipitação, fazendo com que esse tipo de tempestade seja perigosa para caçadores de tempestades, pessoas e animais que estiverem em seu caminho. Devido a falta de um núcleo de precipitação intensa, supercélulas de baixa precipitação podem eventualmente se mostrar fracas no radar, sem evidência clara do " anzol " característico, quando na verdade podem estar produzindo um intenso tornado.
Por isso as observações de caçadores de tempestades são de vital importância. Nuvens de funil ou mais raramente tornados vão se formar na metade do caminho entre a base e o topo da tempestade, descendo do cumulonimbus principal. Raios são raros comparados com os outros tipos de supercélula, e quando ocorrem são geralmente raios de nuvem para nuvem.
Na América do Norte, estas tempestades são praticamente exclusivas das Grandes Planícies durante os meses de primavera e verão. Movendo-se para o leste e sudeste, ocorrem principalmente nos estados americanos de Dakota do Norte e Montana e até nas províncias de Alberta e Saskatchewan no Canadá. Essas supercélulas são as mais procuradas por caçadores de tempestades porque a quantidade limitada de precipitação permite a visão de um tornado a uma distância segura, enquanto que nos outros tipos de supercélula é necessário chegar mais perto para ver o tornado.
Supercélulas podem produzir fortes ventos, chuva intensa com granizo, tornados mortais, enchentes e muitos raios. Eventos severos associados com a supercélula geralmente ocorre na área entre os ventos ascendentes e descendentes. No hemisfério Norte, isto é mais frequente na parte dianteira da área de precipitação nas supercélulas de baixa precipitação e clássicas, mas podem ocorrer na frente da tempestade nas supercélulas de alta precipitação
Enquanto os tornados são talvez os piores desses eventos severos, todos são perigosos. Ventos fortes causados pela corrente descendente podem atingir 148 quilômetros por hora, e rajadas de vento podem produzir tantos danos quanto um tornado. Enchentes são as maiores causas de morte relacionadas a condições extremas. Nenhum desses eventos são exclusividade de supercélulas, apesar de serem mais facilmente previstos quando estão associados a uma.
Exemplos de algumas ocasiões:
No Brasil as tempestades de supercélula ocorrem principalmente nas regiões sul e sudeste do país. No dia 04 de Maio de 2001 uma tempestade com tornado atingiu a cidade de Sumaré, no interior de São Paulo. Os ventos que chegaram a 300 quilômetros por hora destelharam casas, arrancaram árvores e deixaram a cidade sem energia elétrica e telefonia. Várias pessoas ficaram feridas e uma pessoa morreu. A tempestade também causou danos nas cidades vizinhas como Campinas e Americana.
Em 30 de Setembro de 1991 ocorreu em Itu, no estado de São Paulo, o tornado mais forte registrado no país, de classe " F3 " com ventos que atingiram 300 quilômetros por hora. O tornado, que atingiu uma base de 200 metros de largura, deixou 16 mortos e cerca de 200 feridos, além de causar imensos prejuízos materiais.
No dia 25 de Maio de 2005, ocorreu em Indaiatuba, também em São Paulo, outro violento tornado. Os ventos chegaram a 250 quilômetros por hora e deixaram a cidade às escuras. Cerca de 400 imóveis foram danificados, 56 postes foram arrancados e um caminhão de 42 toneladas foi tombado na pista. Segundo os moradores da região, o grande tornado formou-se da união de três vórtices distintos, dois deles foram registrados em imagens. O fenômeno também causou prejuízos em 11 cidades vizinhas. Os prejuízos foram estimados em 92,7 milhões de reais.
Na Região Sul um exemplo é o tornado que atingiu a cidade de Criciúma em Santa Catarina no dia 03 de Janeiro de 2005. Os ventos atingiram 100 quilômetros por hora e destruíram várias casas em seis bairros da cidade. Em 5 de Dezembro de 2010, foi registrado o primeiro tornado em Minas Gerais, na cidade de Uberlândia. O fenômeno foi de fraca intensidade e praticamente não causou danos.
Enfim, Infelizmente a natureza se revolta mais uma vez " deu o ar de sua graça, desta vez em Terra Rica, ao Noroeste do Paraná.
No paraná, desta vez o fenômeno com ventos acima de 55 km/h e em rotação circular formou um funil, parece que, apesar do susto não causou maiores estragos.
Mas em Paranavaí mais especificamente, a tempestade causou prejuízos em toda a cidade, e duas horas depois choveu granizo, o que acabou com as plantações de mamão e com centenas de telhados de casas entre outra coisas.
É lamentável tudo isso, mas diante da degradação, da poluição e da falta de cuidado ( de nossa parte ) para com o meio ambiente não podemos nunca esperar da natureza uma resposta diferente...!
“ De repente o céu fica negro, o vento sopra forte, as séries aparecem, trazendo ondas assustadoras. É o mar separando os homens dos meninos.”. - Ziggy Marley.
" QUEM SEMEIA VENTO, COLHE TEMPESTADES. ". - Provérbios holandeses.
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