domingo, 5 de fevereiro de 2017

JEDAY, UM AMOR QUE CONTAGIA...!


JEDAY, UM AMOR QUE CONTAGIA...!


( H / R.P 4-4 / Registro para 05 de Fevereiro de 2017 / 060-2017 ),

Hoje, mais uma vez é o dia da pessoa mais especial da minha vida, a minha única fonte de ligação com o meu passado.
Sim, eu disse ÚNICA!

Aquela pessoinha que vive 24 horas ao meu lado e tem o costume de dormir sempre 15 minutos depois de mim, pois tem toda noite a incumbência de me abençoar com 3 beijos na testa, um da minha mãe, um do meu pai e um dele próprio.

Uma pessoa que " se espelha " em mim apesar da minha porção de defeitos, uma " sementinha " que me foi dada a 33 anos atrás,
um poço de carinho, inocência e amor.

Meus pais sempre me lembravam que no caso da falta deles, ele seria meu ( parecem que já sabiam, aliás, eles sabiam tudo... ) por eu ser a única pessoa com quem ele poderia contar por laços de sangue, tinham por ele muito cuidado, muito amor e muita preocupação.

O tempo passou, eles ( nossos pais... ) partiram e hoje quem ganha o presente somos todos nós... o Jeday, aquele mesmo, que nasceu com 800 gramas, prematuro, fora de casa, em Balneário Camboriú, que só na " encubadeira " ficou por 30 dias, ele cresceu...!!!

Meus pais e eu ( ainda pequeno na época... ) fizemos 360 quilômetros de incertezas, se ele ( o Jeday... ), chegaria ou não ao seu destino... CHEGOU!

E ele hoje é um homem, um homem daqueles com " H maiúsculo ".

Nosso cuidado é mútuo, mas em proporção e sem dúvida alguma, mais ele cuida de mim do que eu dele, ele faz a barba sozinho, ele toma banho sozinho, e é o " pilar de sustentação " e porque não dizer da organização e cumprimento dos afazeres dentro de casa, limpa o escritório um dia por semana, estuda, aprendeu na APAE fazer do copinho para plantar tomate aos tapetes que de tão lindos viram quadros em nossa casa, me espera toda manhã com a roupa que eu vou vestir...

Jeday sorri o tempo todo, " reina " também, mas passa rápido
e logo vem uma gargalhada para " pagar da cara " de quem se ocupou com seu ligeiro " mau humor " ( prova disso foi sua coluna " Fala aí, Pipo "... ), mas como todos, também têm defeitos, e eis o mais grave deles: Ele continua " se espelhando " em mim.

Então, como para falar do Jeday é discorrer com facilidade e daria um livro com certeza, deixo a ele hoje um carinho especial,
por aqueles que também o amam e não estão mais aqui para o " abraço físico ", mas, que com certeza recebem e percebem todos os dias na condição de " espíritos guardiões ", a alegria de ver um Jeday homem, um Jeday feliz, um Jeday bem tratado, um Jeday moldado de conformidade com o projeto que eles começaram lá em 1984.

Claro que ele, assim como eu, teve também que crescer rápido a um " puxão de tapete " da vida, teve que mudar de criança para homem feito em um " estalar de dedos ". Mas, estamos aqui e continuaremos daqui, firmes, fortes e de mãos dadas.

Mãe e pai, recebam aí hoje o nosso " presente " para vocês,
a nossa eterna, sincera e desigual união.

E ao Jeday, meus votos de felicidade constante, de paz, de luz, de ( muita ) saúde e sucesso.

Nosso pedido neste dia é um só, para que Deus continue abençoando sempre e ainda por muito tempo nossa união, só...!

Uma ressalva: Quando o Jeday nasceu, os médicos na época nos falaram sobre uma possível " vida curta " devido à Síndrome de Down, é lógico que isto é ( ainda ) um " fantasma " em nossas vidas, na minha em particular, dentre tantos outros é o maior deles, mas uma coisa é certa, nada acontece se não for da vontade do criador, se não for desenhado pelo grande arquiteto do universo ou se não for um plano dele, de Deus.

Então, hoje, " meu filho mais velho ", na verdade meu tudo ( meu irmão, filho, pai, mãe, amigo e etc... ) aquele que a medicina da época tinha dado algo em torno de 12 anos de vida e ponto, vai virar, já inverteu, vai aos 33. E tenho certeza absoluta que com o cuidado mútuo que temos um com o outro e com os " anjos da guarda " que temos lá no céu, aliados à nossa fé que depositamos neste Deus que mora tão somente dentro de nós dois, ainda vamos voltar aqui e registrar assim, que ele dobrou os 33, e com prazer e alegria, se Deus quiser ( e há de querer ) havemos de anunciar e comemorar juntos e por aqui outras vezes a chegada dos 100.

Enfim, meu " parceirinho do dia-a-dia ", que de mãos dadas e todos os dias sem falhar nenhum, anda comigo para cima e para baixo, me acompanha até em nossos exames de rotina e lá, segura na minha mão para eu não desmaiar diante da agulha enquanto me diz: " larga mão de se cagão home ", que dorme comigo no Inverno e de mãos pegadas a noite toda, que delícia...

Enfim, são 33 anos já mordendo sua mãozinha redonda ( de " mongo " ) sem falhar um só dia só sequer.

Receba então Jeday, a minha singela homenagem com carinho e com amor, nesta ocasião em especial, com o maior carinho e com o maior amor deste mundo, te amo, Jeday...!

Essa música conclui hoje o meu texto, ela é a nossa cara, não é Jeday?,
https://www.youtube.com/watch?v=zEfRZOjH7KI

" MESMO QUE NÃO TIVÉSSEMOS NADA NA VIDA, TERÍAMOS O JEDAY...!!!.". ( Nosso Pai ).

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