quinta-feira, 29 de junho de 2017

NO AR pela RÁDIO GAÚCHA o BRASIL NA MADRUGADA com JAYME COPSTEIN...!

NO AR pela RÁDIO GAÚCHA o BRASIL NA MADRUGADA com JAYME COPSTEIN...!

( ponto de vista / pesquisa / assunto sugerido ),
Ontem falamos do meu primeiro programa de rádio preferido, o humorístico Turma da Maré Mansa da Rádio Globo de São Paulo, hoje vamos tentar relembrar meu segundo " xodó " que vai ao ar até hoje e teve também como " âncora " ( em substituição de Jayme Copstein que se aposentou ) a competentíssima e simpática Sara Bodowsky ( jornalista e advogada, eu pirava nos seus alôs ao vivo ). Pois bem, voltemos de hoje uns cinco ou seis anos anos...
Jayme Copstein, de fala mansa e envolvente, mudou as madrugadas radiofônicas do Sul do país, aliando um raciocínio rápido no bate-papo com os ouvintes, sem nunca adentrar o nebuloso terreno do sensacionalismo e mantendo sempre uma postura elegante ao microfone da Rádio Gaúcha de Porto Alegre no Rio Grande do Sul.
O projeto inicial levado a cabo por ele diferia bastante da proposta que o consagraria como apresentador.
Ao assumir a gerência-executiva da emissora da Rede Brasil Sul, Flávio Alcaraz Gomes propõe que Copstein, então editor-chefe do Jornal do Comércio, recupere, da meia-noite às três da madrugada, as principais entrevistas do dia levadas ao ar durante a programação, amarrando com comentários os vários trechos editados.
Guindado à nova função, Jayme sugere que, ao contrário, abra-se espaço para que o ouvinte analise, por telefone, as entrevistas. Com esta perspectiva, o Gaúcha na Madrugada estréia em 4 de Fevereiro de 1985, mas, naquela edição, rapidamente, esgotam-se os trechos gravados e Copstein, até por inexperiência ao microfone, leva a transmissão, precariamente, até o final.
O relato dele ao Projeto Vozes do Rádio da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul revela-se significativo a respeito de um padrão que começa a ser identificado em relação à audiência.
" - No outro dia, eu entrei na rádio, achando que não tinha nem mais programa. Aí, eu entrei no ar para fazer molecagem, porque eu achava que eles iam me mandar embora. Comecei a brincar com todo mundo. Aí, telefona um sujeito e me pergunta:
“Como é que se conhece a fêmea do quero-quero?”.
“Olha, só perguntando ao namorado dela, porque é o único interessado nisto.” Deu uma polêmica em torno da fêmea do quero-quero! Todo mundo dando palpite. Aí, eu acabei não fazendo mais entrevista com ninguém e os ouvintes falando, falando… Eu sei que esse foi o resultado: Á partir daí sempre os ouvintes ligaram para opinar. Sobre coisas particulares de cada um ou sobre a vida do país. E foi aí que o programa tomou corpo.".
De fato, nas edições iniciais do Gaúcha na Madrugada ( ou Brasil na madrugada ) Jayme Copstein identifica, a exemplo de espaços mais populares da programação radiofônica, a solidão dos grandes centros urbanos.
No entanto, dentro do formato misto " talk and news " adotado pela emissora em meados da década de 80, o programa não foge ao conteúdo jornalístico e ao tipo de público, basicamente adulto, com no mínimo ensino médio e pertencente às classes A e B, embora, a rigor, aproxime-se muito do chamado " all talk " em vigor nos Estados Unidos.
A todo momento, o apresentador e seus entrevistados interagem com os ouvintes, que expressam, em suas participações, dúvidas e opiniões e, por vezes, relatam acontecimentos cotidianos.
Para regular o que é irradiado, Copstein inspira-se em " A Hora do Pato ", um antigo programa de calouros da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro. Aproveita, assim, um efeito sonoro reproduzindo o " grasnar de um pato " que acaba se transformando em personagem do Gaúcha na Madrugada.
" - O Pato é um elemento, digamos que o elemento de rádio tem que ser sonoro, bem humorado, para tirar as pessoas do ar quando elas se tornam inconvenientes. Ou porque dizem palavrão, ou porque fazem ofensa de natureza pessoal, ou então porque falam em futebol, e futebol é uma coisa que se esgota à meia-noite. A emissora às 20 horas entra a falar em futebol e não termina antes da meia-noite. Então eu sempre achei isso excessivo e aí o Pato.
E o Pato eu achei muito engraçado, porque ele não diz nada. O Pato é só aquele oiuioeuriuro. (…), e o Pato começou a tirar as pessoas do ar. Até que um dia eu precisava meter o pau, mas descer a lenha no governo mesmo, era o governo Pedro Simon, e aí eu precisava, digamos, ter um outro eu que se responsabilizasse por aquilo. Aí o Pato disse isso, o Pato disse aquilo.".
Em termos de jornalismo e prestação de serviços, o Gaúcha na Madrugada passa pelo que Copstein chama de “ uma fase de esclarecimento público ”. Antes mesmo da Lei n. 8.078, de 11 de Setembro de 1990, instituindo o Código de Defesa do Consumidor, o programa já aborda o tema, levando para o estúdio advogados que respondem, no ar, a perguntas dos ouvintes formuladas por telefone ou cartas. E com as dúvidas em termos de legislação abrangendo diversas áreas, forma-se uma espécie de equipe de colaboradores.
Conforme suas especialidades dentro do Direito do consumidor, imobiliário, previdenciário, trabalhista…, revezam-se ao microfone profissionais como César Dias Neto, José Henrique de Freitas Valle, Flor Edison da Silva Filho, Pedro Ruas e Raul Portanova.
O Gaúcha na Madrugada atrai, deste modo, uma audiência particular em um horário pouco explorado até então pelas emissoras do estado.
" Há todo um universo de pessoas que estão acordadas a essa hora e que, portanto, ouvem o programa. Eu acho que a faixa de ouvintes se concentra entre 30 e 50 anos. O programa ganha abrangência nacional em 1995, transformando-se no " Brasil na Madrugada ", quando se forma a Rede Gaúcha Sat. Na mesma época, a sua qualidade é reconhecida no exterior.".
Jayme Copstein obtém a medalha de prata na categoria Melhor História de Interesse Humano no " The New York Radio Festivals ", com o trabalho " Memórias de um Menino de Rua ", narrando a trajetória do economista Carlos Nelson dos Reis, um ex-menor abandonado. Depois de quase duas décadas trocando o dia pela noite, Jayme Copstein deixou a apresentação do Brasil na Madrugada, transformando-se em comentarista da Rádio Gaúcha. Apesar da qualidade de seus substitutos, de início, os jornalistas Rafael Colling, mais tarde substituído por Marcelo Matusiak, e Sara Bodowsky, a voz calma, mesmo na indignação, deixou saudades nos insones. Quanta saudade das noites insones te ouvindo Jayme Copstein, e do pato ou dos caminhoneiros que ligavam de orelhões ou celulares de todo os lugares deste país.
Saudades mesmo, algumas pessoas tinham na época 15 ou 16 anos e adoravam ouvir a modulação tranquila do Jayme, era muito bom, a educação como conduzia seu programa e forma " sem pensar duas vezes " quando se obrigava a " tocar o pato " para tirar o ouvinte do ar.
Uma bela história foi sua passagem pelas madrugadas e com certeza deixou muita saudade, principalmente no público de faixa etária 30/60 anos.
Realmente poderíamos ter ainda algum programa especial com a condução desta pessoa jovem mesmo que octogenária que clareou tantas madrugadas escuras dos brasileiros.
Na verdade, Jayme foi um revolucionário, soube unir a sua educação e bom humor e aliar a assuntos interessantes, e ainda a participação das pessoas ( ou ouvintes ), obteve um excelente resultado, mostrando de fato a sua inteligência e competência.
E, quantos ouvintes, dentre eles eu por no mínimo 3 anos consecutivos sem perder sequer uma noite, que varavam a madrugada ouvindo o glorioso Jayme Copstein e seu implacável “ Pato ” como tão bem o Jayme e só ele soube fazer.
Atualmente, Jayme está aposentado e se dedica a escrever em seu blog, sempre com uma visão diferenciada e inteligente...!
Observação: É comum gostarmos de um programa de rádio ( ou de seus apresentadores ) e até mesmo ouvirmos por muitos anos consecutivos nutrindo aquela curiosidade de " conhecer a cara do personagem ", de quem nos fala, e comigo não foi diferente em relação ao Jayme Copstein, na época não tinha acessoa á internet e morria de curiosidade segue um link para que você possa relembrar, ou conhecê-lo de uma vez...

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